A secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia (OIF), Michaelle Jean, criticou a proibição de um filme sobre violações sexuais no leste da República Democrática do Congo (RDC), decidida pelo Governo congolês, indica um comunicado da referida instituição publicado nesta segunda-feira em Bruxelas.
Trata-se do filme O homem que repara as mulheres, a ira de Hipócrates, relativo à ação de um médico congolês, Denis Mukwege, e realizado por Thierry Michel e por Colette Braeckman, respetivamente produtor e jornalista belga.
Na nota, a OIF considera que «esta interdição constitui um verdadeiro atentado contra a liberdade de expressão, a liberdade de criar e, sobretudo, contra o direito à informação».
A ação do Doutor Denis Mukwege e da sua equipa a favor de todas as mulheres é «exemplar e merece ser conhecida por todos», sublinhou o comunicado.
A OIF, que financiou a realização deste filme, que obteve sete prémios internacionais, considera que esta obra devia ser objeto de uma difusão mais ampla possível, devido, nomeadamente, à ridiculização da dignidade humana.
Médico diretor de hospital de Panzi, em Bukavu, no leste da RD Congo, Denis Mukwege operou milhares de mulheres congolesas vítimas de violações sexuais cometidas por combatentes dos grupos armados que imperam nesta parte do país.
O filme documentário tem em conta o trabalho realizado por Mukwege, laureado em 2015 com o Prémio Andrei Sakharov pela liberdade de espírito. Fonte: Aqui