Nona Faustine(na foto) é uma fotógrafa afroamericana. Posa nua em locais emblemáticos da escravatura nos Estados Unidos. A sua iniciativa artística, diz a Jeune Afrique, é audaciosa e provocadora, questionando a sociedade americana e confrontando-a com as causas do seu «racismo estrutural».
Numa série de autorretratos intitulada White Shoes (Sapatos Brancos), criada entre 2012 e 2014, Nona Faustine surge em Nova Iorque, e sempre em locais de algum modo emblemáticos. Fotografou-se em Wall Street, por exemplo, para recordar que noutros tempos aquele era um caminho por onde passavam milhares de escravos. Ao pé do Hotel da Cidade de Nova Iorque, surge porque ali eles eram enterrados. Há também fotografias junto ao antigo palácio da Justiça ou ao pé do cemitério holandês de Brooklyn, zona onde Nona cresceu. E há sempre uma referência ao tal «racismo estrutural».
O seu corpo surge sempre nu – ou quase, já que às vezes usa correntes no pulso ou no tornozelo para recordar a forma como os escravos eram levados. Quanto aos sapatos brancos que calça, e que dão nome a esta série de autorretratos, «simbolizam o patriarcado branco, ao qual não se pode escapar», disse Nona numa entrevista ao Dodge and Burn, um blog da fotógrafa americana Qiana Mestrich. Quanto à nudez, representa a fragilidade ainda presente do estatuto dos afroamericanos nos Estados Unidos.
Com uma grande paixão pela História, esta fotógrafa passou pela prestigiada School of Visual Arts (Escola das Artes Visuais), especializando-se no estudo da história dos afroamericanos e das questões de género e de identidade. Fonte: Aqui