segunda-feira, 2 de maio de 2016

CHEFE DAS FORÇAS ARMADAS DE CABO VERDE DEMITE-SE APÓS MASSACRE

O Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, Alberto Barbosa Fernandes, apresentou a demissão do cargo ao governo na sequência da morte 11 pessoas num destacamento.

Segundo o comandante da Guarda Nacional, coronel Jorge Martins Andrade, o chefe das Forças Armadas cabo-verdianas apresentou o seu pedido de demissão ao ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, e na segunda-feira deverá fazer um comunicado público sobre essa decisão.

A informação foi avançada numa conferência de imprensa pelo coronel Jorge Martins Andrade, sendo a primeira de um responsável das Forças Armadas na sequência da morte de 11 pessoas no destacamento militar de Monte Txota, no concelho de São Domingos, interior da ilha de Santiago.

O ministro da Defesa confirmou ter já aceitado o pedido de demissão de Alberto Barbosa Fernandes, que ocupa o cargo desde novembro de 2011.

Fonte da Presidência da República de Cabo Verde disse também que Alberto Barbosa Fernandes pediu na sexta-feira, ao final da tarde, uma reunião de urgência com o chefe de Estado para tratar de assuntos relacionados com os acontecimentos no posto militar de Monte Txota. Nessa altura, terá comunicado ao Presidente da República, que é comandante supremo das Forças Armadas, a sua intenção de se demitir.

Na terça-feira, os corpos de 11 pessoas – oito soldados e três civis, incluindo dois espanhóis – foram encontrados no destacamento militar de Monte Txota, no concelho de São Domingos, interior da ilha de Santiago. O suspeito das mortes é Manuel António Silva Ribeiro, 22 anos, militar do mesmo destacamento há cerca de um ano, e que foi detido na quarta-feira. Foi ouvido pelo Tribunal Militar na sexta-feira, e já se encontra em prisão preventiva num estabelecimento prisional militar.

A morte das 11 pessoas está a levantar várias questões sobre o funcionamento das Forças Armadas cabo-verdianas e daquele destacamento em particular.

Em causa está, entre outros aspetos, a existência de indícios de que os corpos das 11 vítimas só foram descobertos mais de 24 horas depois da hora das mortes, o que está a levantar dúvidas sobre as rotinas de funcionamento do posto e o contacto com o comando. Fonte: Aqui