Formação de seis meses pretende alargar cuidados de saúde maternoinfantil de qualidade a mulheres guineenses; agência destaca experiência e capacidades de aprendizagem para levar informação a nova geração.
Amatijane Candé, da Rádio ONU em Bissau.
Meia centena de parteiras participa em Bissau num curso de tutoria em obstetrícia por seis meses.
A iniciativa é do governo da Guiné-Bissau em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, e foi oficialmente lançada esta terça-feira na capital guineense.
Saúde Reprodutiva
As parteiras, com mais de 40 anos, são selecionadas pela Escola Nacional de Saúde e têm o curso geral. Elas serão capacitadas em conteúdos de acompanhamento e supervisão do estágio de 45 alunos do terceiro ano nas 11 regiões sanitárias do país.
A formação faz parte do projeto H4+ e pretende fazer chegar cuidados de saúde maternoinfantil de qualidade a mais grávidas e mulheres de todo o país.
Em conversa com a Rádio ONU, a representante do Unfpa, Kourtoum Nacro, falou dos objetivos do curso que decorre desde 4 de abril.
Valor e Experiência
"É de criar uma base para o futuro. Estamos também a mostrar às parteiras, que são alunas aqui, que a Unfpa tem interesse. Não é porque são mais velhas que a Unfpa vai se esquecer delas. Elas têm valor, experiência e estão em condições de aprender e transmitir a informação à nova geração."
O curso, ministrado por técnicos e especialistas nacionais, será coordenado entre outros por uma especialista portuguesa em ginecologia e obstetrícia.
A enfermeira Deolinda Major presta apoio técnico à Escola Nacional de Saúde da Guiné-Bissau graças ao apoio do Unfpa.
Trabalhos de Parto
Falando sobre a importância da formação, sobretudo no combate à mortalidade materna e infantil, Kourtoum Nacro destacou aspetos preventivos.
"Se houver bastante parteiras em todas as estruturas, haverá mais incentivo às mulheres para irem dar à luz nos hospitais, como pode também prevenir muitos problemas durante o pré-parto porque deve haver visitas pré-natais."
Saúde Reprodutiva
A formação, com as componentes teórica e prática, visa permitir a promoção de serviços de saúde reprodutiva de qualidade.
A cerimónia oficial de lançamento do curso foi presidida pelo secretário de Estado da Gestão Hospitalar, Martiléne dos Santos.