quinta-feira, 22 de setembro de 2016

“24 DE SETEMBRO” : GUINEENSES LAMENTAM ESTADO DO PAÍS APÓS 43 ANOS DE INDEPENDÊNCIA

O culpada desta desgraça tem nome e rosto, chama-se PAIGC, o equestrador da Guiné-Bissau. Depois da independência, o PAIGC considerou-se dono e senhor do país, alegando motivos de ter sido o libertador do povo, como se isso fosse a verdade absoluta e indiscutível.

O povo da Guiné sempre se bateu pela sua liberdade contra o domínio português, desde há muito tempo e muito antes da existência do PAIGC. Basta lembrar a chamada guerra da pacificação de 1913 a 1915 em que foi morto em combate o comandante do exército colonial, o capitão João Teixeira Pinto.
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Bissau, 22 Set. 16 (ANG) – Alguns cidadãos guineenses manifestaram hoje as suas deceções  em relação a situação difícil em que a Guiné-Bissau se encontra, volvidos  43 anos de sua independência.
Numa auscultação feita pela ANG no quadro da  festa da independência que se assinala no próximo dia 24 de Setembro, os cidadãos entrevistados foram unânimes em considerar que a luta pela libertação nacional valeu a pena, mas lamentam  os “falhanços” cometidos por sucessivos governos, 
que não conseguiram pôr na prática os objetivos de melhorar as condições de vida das populações, traçados por Amílcar Cabral.
 
De acordo com Diamantino Henrique Fernandes, eletricista de profissão residente em Bissau,  a independência era uma oportunidade para o país poder andar, digamos  com os seus” pés”.
 
“Lamentavelmente,   os sucessivos governos e governantes que passaram na Guiné-Bissau não conseguiram transformar essa oportunidade em ações de desenvolvimento do pais”.
 
Diamantino Fernandes considera que  o partido libertador, neste caso o PAIGC, desviou do seu objetivo que era de desenvolver o país que libertou com suor e sangue, dando ao  povo a oportunidade de ter escolas, comunicação e saúde.

 
“O impasse em que estamos mergulhados até hoje se deve a falta de escolas”, disse, tendo contudo manifestado  a esperança de um entendimento no seio dos políticos para o bem do país que, segundo disse, já sofreu muito .
 
Por seu turno, Seco Djamanca, estudante e pequeno comerciante morador no Bairro de Varela, frisou que a liberdade foi uma solução, mas não  para ser independente e viver como estranho no  próprio país.
O estudante disse sentir-se orgulhoso de ser guineense, livre de opressão colonial, mas que ao mesmo tempo se sente triste com o rumo que a Guiné-Bissau tomou passados os 43 anos de independência.
 
“O país está na estaca zero e só fabrica maus valores como corrupção, inveja, intriga no seio dos políticos e governantes, levando o povo a viver na extrema pobreza. Os governantes  desprezam o povo”, lamentou.
 
Assumane Moinó Sá, estudante universitário, residente no bairro de Belém salientou que a independência é um acontecimento bonito, mas que, devido a falta de preparação dos  responsáveis do país, tudo correu mal.

“Foi o que aconteceu na Guiné-Bissau com os diferentes dirigentes que passaram no país com os seus atos infelizes. Levaram o povo a pagar a culpa que é deles , “disse.
 
Hoje em dia, segundo Anssumane Sá, no país, os “peixes grandes” estão a devorar os “pequenos”. Por isso questiona: para que serve a independência se o povo vive nas mesmas ou piores condições  que na era colonial?
 
Por sua vez, Quinta Paulino Cá, doméstica e vendedeira de peixe acha que os colonialistas deviam ter ficado até então na Guiné, porque, na sua opinião, a independência, passados os 43 anos, “não trouxe nada de melhor”.
 
Quinta Cá pede mudança dos governantes guineenses que diz terem perdido “o norte”.
 
Disse que, se se comparar o país atual com a situação em que se encontrava há 10 ou 15 anos vai se chegar a conclusão que está a afundar cada vez mais, por culpa de políticos. 
 
ANG/MSC/SG