terça-feira, 27 de setembro de 2016

MISSÃO DO FMI ANUNCIA CRESCIMENTO ECONÓMICO DE 5% EM 2016 COM RENDIMENTO DE CAJÚ

A Guiné-Bissau deverá registar um crescimento económico a rondar 5% em 2016, anunciou uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) no final de uma visita ao país.

“Espera-se que o rendimento da campanha de caju”, fruto seco que é a principal exportação guineense, “aumente em 2016 e que o crescimento económico se cifre perto dos 5%”, de acordo com o comunicado final da missão.

Apesar do aprofundamento da crise política, os números estão em linha com a previsão do FMI feita em abril, quando anunciou que a economia guineense tinha crescido 4,8% em 2015 e que devia manter o mesmo caminho este ano.

“O Governo nomeado em junho de 2016 está a envidar esforços acelerados para melhorar as finanças públicas”, referiu ainda a missão.

O FMI congratulou-se com a decisão do Conselho de Ministros de “vender parte da madeira apreendida [desde 2015] e que será uma receita importante a fim de colmatar o fosso orçamental em 2016”.

A madeira resulta do abate ilegal de florestas e o fundo espera que ajude a colmatar “a perda de apoio orçamental dos parceiros do desenvolvimento”.

Em 2015, o FMI decidiu entregar 22 milhões de euros à Guiné-Bissau, um apoio a libertar de forma faseada, em três anos, mas em 2016 não houve qualquer transferência.

A Guiné-Bissau passa por uma crise política há um ano que, entre outras consequências, tem impedido o funcionamento do parlamento e a aprovação de um orçamento de Estado.

“Uma vez assente o atual impasse político, será fundamental para o parlamento, que este aprove os orçamentos de 2016 e 2017 alinhados à necessária consolidação orçamental a médio prazo, bem como a nova Lei da Dívida Pública que melhore a sua regulação”, acrescentou a missão do FMI.

O conselho de administração do fundo vai decidir na reunião de dezembro se retoma o apoio financeiro à Guiné-Bissau, com base no relatório que a missão vai elaborar e nas negociações sobre o fosso fiscal de 2016 que vão continuar, em outubro, em Washington, durante as reuniões anuais do FMI.

Fonte: Lusa, em Angop