quarta-feira, 21 de setembro de 2016

24 DE SETEMBRO: EX-COMBATENTE PRONTO A COMBATER "OS QUE POEM EM CAUSA OS VALORES DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL"

Caro veterano Zé, já devia ter feito isso  há muito tempo, porque muitos camaradas seus do PAIGC, sempre puseram em causa os valores da luta desde independência a esta parte, senão o país não estaria na miséria.  O Sr. acordou muito tarde, mas vale tarde que nunca.  

Bissau,21 Set 16 (ANG) – O antigo combatente da liberdade da pátria, José Lopes manifestou hoje contra os que questionam os valores da luta armada de libertação nacional e que culminou com a independência política do país.

Convidado pela ANG para fazer uma retrospetiva, nas vésperas dos 43 anos da independência nacional, a ser assinalado no próximo dia 24 de Setembro, disse que esquecer a “heroica” luta de libertação nacional é como alguém ignorar o seu percurso de infância à velhice.

Aquele veterano de luta de libertação sublinhou que de facto valeu a pena a proclamação da independência da Guiné-Bissau pelo menos pelos sacrifícios consentidos pelo povo guineense durante a luta armada.

Questionado a falar das etapas da luta armada após a morte de Amílcar Cabral até a proclamação da independência do país, José Lopes disse que apos o desaparecimento físico do seu líder, o PAIGC foi obrigado a adotar medidas mais duras e eficazes.

“Depois do duro golpe que sofremos com a morte de Amílcar Cabral e como já tínhamos as suas orientações teóricas e práticas, a direção superior do partido decidiu pura e simplesmente aplicá-las”, disse.

José Lopes sublinhou que Amílcar Cabral recusava o uso de certas armas pesadas pelos combatentes porque entendia que, em consequência dos disparos, uma parte das aldeias poderiam ser atingidas.

“Vou-te dizer uma coisa. Graças a ideia e estratégia de Cabral, a Ponte de Saltinho não foi destruída. Quando soube do plano para a sua destruição, negou categoricamente, justificando que depois da independência seria difícil a sua reconstrução”, explicou.

Segundo o combatente da liberdade da pátria com a morte de Amílcar Cabral o PAIGC passou a usar todas as armas pesadas de que dispunha entre elas os morteiros de 120 milímetros.

Instado a dizer sobre se Amílcar Cabral estivesse vivo como seria o cenário atual, José Lopes respondeu que várias situações que estamos a viver atualmente não iam acontece, “porque era pessoa frontal, direta, corajosa na tomada de qualquer decisão”.

“As pessoas agora têm medo de críticas e autocríticas. Na altura as pessoas eram responsabilizadas pelos atos cometidos e eram criticadas e castigadas mediante conforme as suas culpas”, recordou.

Disse que sempre houve sanções aos infratores da lei dentro do partido porque a disciplina interna era bem orientada, acrescentando contudo que igualmente se aplicava a “politica de recuperação do homem”, através de perdão .

“Se as pessoas não respeitam a disciplina partidária as coisas tornam-se confusas e tem que existir problemas”, lamentou, acrescentando que o que impera atualmente no PAIGC é o interesse pessoal em detrimento dos do país. 

ANG/ÂC/SG