sábado, 17 de setembro de 2016

Crônica: A MULHER À DIAS

A empregada doméstica era fiel ao marido. Amava-o tanto que, às vezes, este amor puro, verdadeiro e sincero, causava medo nele. Mas ela o amava como a nenhum outro homem. Era como se outros homens não existissem na face da terra.

Aconteceu de, um certo dia destes, o homem para o qual trabalhava como empregada doméstica, tentou assediá-la. Ela recusou terminantemente. O gajo porém não se dava por vencido, esboçava mil umas tentativas, e nada. Todas as vezes que o tentava recebia tapas, afastava-se dele.

Rejeitava-o por acreditar que não se podiam misturar as coisas. Pois, para ela, uma coisa era a relação laboral que os mantinha vinculados um ao outro como patrão e empregada; outra era esta que o patrão queria desfrutar de suas belas curvas, assediando-a.

Sabendo ela que o ato de fazer amor além de ter de ser por mútuo consentimento tinham que ser, acima de tudo, feito com alguém por quem se nutre algum tipo de paixão, algum sentimento.

E não fazer amor por canalhice – pensava ela de si para si.
O caso da empregada

Ela era extremamente simpática. Um tanto meiga que acabara por despertar desejos pecaminosos no patrão. Bela, exuberante com um olhar penetrante, seus seios altivos e atrevidos, pareciam querer romper o sutiã que os comportavam. Os bicos das mamas eram tão agudos que escondiam uma mulher, já mãe de três partos, e que levava uma vida simples. Uma vida humilde, e que nem por isso deixava a sua família menos feliz.

Tratava-se, como diz o vulgo, de um contentamento descontente, embora se pensasse que ela e os seus se conformassem com a vida humilde que levavam.

Também ela tal como qualquer um de nós nesta cidade de Bissau queria um carro novo para si e para o marido, talvez um outro que levasse os filhos à escola. E mais do que isso, um duplex com um confortável quintal onde pudesse, nas horas de lazer, descansar, levar uma vida nas suas tardes fagueiras.

Só que esta de o patrão a assediá-la, e a todo o instante a tentar salvar sua pele. A evitar, todavia, de ter de ser tocada por um homem por quem não nutria um mínimo de sentimento de amor, e ao mesmo tempo, tentar salvar seu emprego tornou-se numa situação deveras complicada.

A mulher teve que ser malabarista, equilibrando-se entre entregar-se, e resistir-se. Era como a canção resultante da parceria entre João Bosco e Aldir Blanc, grandes compositores brasileiros, na canção O Bêbado e a Equilibrista, imortalizada na voz singular da cantora Elis Regina, também ela brasileira.

Pois ao “bêbado com chapéu-coco” impunha-se a ele o desafio de fazer “irreverências mil” nas noites lusco-fusco brasileiras, enquanto isso a equilibrista sobre quem o próprio eu lírico diz desconhecer suas verdadeiras intenções. Suas artimanhas que poderá vir a traçar como metas para um futuro senão hostil para ela – a empregada, a equilibrista -, o poderá ser para ele – no caso o patrão, o bêbado da luxúria e da paixão desmedida.

Diz a letra externando a ideia de oposição, da dialética do necessário, que “Mas sei, que uma dor/Assim pungente/Não há-de ser inutilmente” a esperança e a fé que se poderá ter.

Assim, a cada dia que passava, este insistia. Até que um dia, depravado que era, violou-a.

Não gostou. Mas ficou em silêncio. Mas calada?

Estava a armar um plano.

Comprou uma câmara de filmagem. Colocou-a num lugar em que só ela sabia. O homem veio, como sempre, sacana e luxuriosamente, pegou-a nos seios, chupou-os à força, ela deixou-o, mas fingiu esboçar resistência. Deixou-a possuí-la até se saciar.

Tirou a imagem e mostrou-lha a ele. Ficou tenso, mas também perdido. A mulher chantageou-o pedindo-lhe alguns milhões para não revelar o que acontecera entre os dois. Não restando ao patrão outra alternativa teve de aceitar a proposta da empregada de pagar para que o segredo não viesse à tona, e a sua reputação manchada.

Foi assim que o sonho de uma nova vida regada ao whisky e à champagne estava garantido. A casa e o carros de ano também; e o emprego? Este para o resto da vida.
A história do adolescente

Uma mulher, professora, já feita sequestra um adolescente de 13 anos. Quis fazer dele, o seu garoto de programa. Tudo em nome da paixão que, segundo ela, avassaladora. Pois tudo no menino era-lhe especial; passava horas a fazer planos de aula, a corrigir trabalhos de casa, sua caligrafia, sua voz doce e meiga, seu olhar inocente, porém cristalino e sedutor, fizeram-na perder o rumo.

E, assim sendo, tentou vezes sem conta, caçá-lo, oferecendo-lhe carinho, admiração, todo o apoio. Às vezes levava-lhe sandwiches bem recheados, chocolates, algumas frutas tropicais, destas que não se plantam em nosso país, mas que são importadas para a nossa cidade de Bissau.

Mas o garoto resistia o quanto podia.

A professora não se dava por vencida. Ouvia música e imagina-se a dançar com o garoto, a apertar-lhe as mãos, a fazer seus dedos de adolescente a deslizarem por suas coxas bem torneadas, por suas ancas – corte de viola –e quiçá, de um modo mais atrevido, a esfregar-lhe os bicos dos seus seios já chupados por outros homens, e talvez mesmo por outros garotos mais ousados, atrevidos, e lestos.

A imagem do menino não lhe saía da cabeça. Dava aulas, sentia um aperto no coração. No toilette de sua casa, punha-se a pôr dedo nos interstícios de sua vagina, e imaginava-se a ser possuída por ele, e gozava, jorrava tanto líquido que seu corpo precisava ser ensopada de tanto orgasmo que saía de dentro de si, e exalava, sobremaneira, sua casa.

E ela dormia feliz.

Algo faltava sem dúvida. Ir a vias de fato. Para isso montou estratégia com outros colegas de turma, uma aula de explicação. E um dia aconteceu.

Lá estava o garoto com seus colegas. Ela, sorrateiramente, entreteve-os. Era o que ela queria, convidou-o para ler um livro, numa das estantes que estava em seu quarto, enquanto seus colegas se divertiam à vontade, uns a assistirem a televisão, outros a correrem pelo jardim de sua residência.

Segurou as mãos do rapaz. Fitou-lhe profundamente nos olhos. Este sentiu um frio a percorrer-lhe o corpo. Quis soltar-se, mas não teve forças o suficiente para impedir aquela investidura.

A professora, possuída por desejos pecaminosos, desceu com a sua língua lentamente pelo corpo do rapaz, e este sentindo-se calafrios, misturados ao medo, foi vencido por ela. Chupou-lhe o pau, este esticou-se aos céus, e ela entregou-lho seu corpo de mulher, à força, e embebedou-se de orgasmos múltiplos.

Ofegante, tentou consolar o rapaz, mas este repudiou-a.

Ela entrou em delírio quando um homem de sua idade que também a queria, e há muito, entrou bruscamente no seu quarto. Viu-os, foi a perdição total dela.

Descoberto por um ouro homem que, há muito queria a mulher, forçou-a a manter relações sexuais com ela, antes que pusesse o caso dela na rua. Consentiu, sem que tivesse o mínimo do desejo por ela.

Os colegas do garoto, de nome Ney, afinal uns observaram o ato, embora uns se divertissem, outros ficaram horrorizados com o comportamento da professora, especialmente, as meninas. Imaginavam como é que funcionava o cérebro da educadora após o experimento violento do sexo não consentido com o garoto.

Assim, enquanto os estudantes tinham de resolver a tarefa que ela os havia dado para simular suas verdadeiras intenções, eles foram submetidos a uma espécie de ressonância magnética funcional, que mostrou como o cérebro humano era capaz de atitudes das mais baixas como aquela que estavam a assistir naquele momento. Mas que, a vem da verdade, poderia ser usada para outras operações mais benéficas à saúde e à humanidade.

Caro leitor d’O Democrata, até a próxima, que o cronista precisa dormir para tentar esquecer o desassossego pátrio.

por: Jorge Otinta
odemocratagb.com