A Segunda Secretária da Assembleia Nacional Popular, Dam Ialá, defendeu hoje, 19 de abril 2017, que a mulher guineense tem de se retirar da “dependência e subalternização” do homem “em tudo o que ela faz e quer”.
A deputada falava durante a cerimónia de abertura da conferência sobre a participação de mulheres dos partidos políticos na tomada de decisões no país, que decorre nas instalações do Parlamento guineense nos dias 19 e 20 do mês em curso.
O encontro é uma iniciativa da Plataforma Política das Mulheres (PPM) em colaboração com a Rede da Paz e Segurança das Mulheres no Espaço CEDEAO (REMPSECAO).
Na sua intervenção, Ialá salienta ainda que a inversão da situação da mulher passa necessariamente pela mobilização e consciencialização das mulheres sobre a imperatividade de comunhão de esforços em torno de uma causa.
“Fazer crescer o número das mulheres no mercado de trabalho deve ser uma meta por atingir com maior brevidade possível. A geração a que pertencemos foi vítima desta mentalidade discriminatória, por isso, torna difícil hoje as mulheres travarem uma luta com sucesso imediato”, exortou.
Por seu lado, a Presidente da Rede das Mulheres Parlamentares Guineenses, Suzi Barbosa, destacou a necessidade de se reconhecer o papel das mulheres guineenses que não só representam 50 por cento da população, mas sim constituem o motor da economia do país.
“Tenho certeza que se houvesse mais a representatividade das mulheres nas instâncias da tomada de decisão o país não estaria a viver nesta situação da crise política institucional a cerca de dois anos˝, afirmou.
Em representação da ONUMULHER, Mário Santos assegurou que a realização desta conferência é mais uma vez sinal da manifestação do engajamento cívico e político que sempre caracterizou o movimento feminino na Guiné-Bissau que é reconhecido a nível nacional, sub-regional e internacional.
A Presidente da Plataforma Política das Mulheres, Silvina Tavares, explicou que o objectivo principal da conferência é promover um fórum de reflexão para identificação dos obstáculos que limitam o acesso das mulheres às instâncias da tomada de decisão. Tavares acrescentou ainda que a reunião visa definir estratégias e mecanismos de mudança de mentalidade da mulher para o mundo de trabalho.
“As conclusões e recomendações da conferência serão partilhadas com as diferentes instituições nacionais, nomeadamente Presidência da República, Prematura, ANP e as organizações da sociedade civil”, frisou.
Por: Aguinaldo Ampa