sábado, 22 de abril de 2017

OPINIÃO

QUE FÓRMULA?

Esta “Presidência Aberta” não se pode confundir com campanha eleitoral antecipada? De certa forma, sim. Mas, há uma velha máxima que diz:  “Dê a Cesar o que é de Cesar e Deus o que é de Deus”. Na verdade, o Presidente da República precisa de estar, sempre, em contacto com o seu povo, auscultando as suas ansiedades. E, em qualquer altura, a sua visita é bem-vinda. Mesmo assim, haverão períodos de contacto menos suspeitos do que os outros? De certeza, não é isso que preocupa JOMAV!

Ora, o que para nós é mais relevante neste preciso momento é analisar o desempenho político do Presidente da República neste seu encontro com o seu povo. De facto, nota-se uma grande evolução em termos de discurso por parte do Presidente JOMAV. Tem proferido discursos arrepiantes. Discursos de líder, filho do povo. Depois da independência, nunca tinha escutado esse tipo de discurso da boca de nenhum dirigente político. JOMAV tem falado bem em Cacheu e Oio. E se o desenvolvimento fosse pelo discurso de Sorbone, na verdade, estaríamos hoje a viver em paraíso. 

Por outro lado, o que é estranho é que esses discursos de JOMAV em Bissorã e em Farim chocam com a sua opção de Governo. A opção Cissoko não é solução.  É a opção à antiga, pelo capital, pela incompetência, racismo, fundamentalismo islâmico, máfia e tantos outros epítetos merecidos que lhe queiramos atribuir. A fórmula Cissoko é, na nossa opinião, a pior solução que se possa alguma vez imaginar para desenvolver o nosso país. O guineense não vê com bons olhos o Primeiro-ministro que despacha no Presidente de outro país. Trata-se de uma questão patriótica e não tem nada a ver com pujança intelectual e não só de outros estados mais fortes.

A opção Cissoko indicia, no nosso ponto de vista, o facto de que a equipa que tem apoiado JOMAV é circunstancial, e não se encaixa na sua visão global sobre o país. É notória a incongruência no discurso do senhor Presidente da República, não apenas por ausência de obra feita, mas sobretudo pela escolha de Cissoko para chefiar governo. E com isso chegamos uma encruzilhada, visto que o próprio Presidente JOMAV foi obrigado a lançar apelo, em Gabú, no sentido de o apoiarem para que não se demita o actual Primeiro-ministro, como se alguma vez isso fosse necessário para esfriar os decretos presidenciais. Nada disso tem lógica!