O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul, condenou, esta sexta-feira, uma pintura do artista Ayanda Mabulu retratando o presidente Jacob Zuma a violar o ícone da luta contra o “apartheid” Nelson Mandela.
O quadro, muito explícito, intitula-se “A economia da violação”.
“Embora respeitemos a liberdade de expressão de Mabulu, consideramos o seu trabalho grotesco, incendiário e de mau gosto“, indicou o ANC num comunicado.
“Seja qual for a mensagem que ele quer enviar ao ANC e ao presidente Zuma, consideramos este trabalho uma exploração da arte criativa ao serviço de fins abomináveis“, adianta.
A fundação Nelson Mandela também já criticou a pintura, qualificando-a de “desagradável”.
Desde que a obra foi divulgada na quinta-feira na página do artista no Facebook, as reacções têm sido numerosas nas redes sociais sul-africanas, dividindo-se entre raros apoios a Mabulu e muitas mensagens de repugnância.
“A mensagem da pintura é simples e clara: o país e tudo pelo qual nos batemos (…) são constantemente violados pelo nosso presidente violador“, declarou Mabulu à rádio Cape Talk.
Esta não é a primeira vez que Zuma é representado num ato sexual numa obra deste artista.
Em Outubro de 2015, no quadro “A pornografia do poder”, Mabulu pintou uma jovem forçada a um acto de felação ao presidente Zuma, ao mesmo tempo que era violada por uma hiena vestida como um colono.
A cena decorria perante um circo representando o parlamento sul-africano e constituía, segundo o artista, uma alegoria da jovem democracia molestada pelos seus dirigentes, tendo suscitado viva polémica.