A atipicidade do actual momento que se vive na Guiné-Bissau, reclama o contributo de cada cidadão na busca de soluções duradoiras, conducentes à imprescindível estabilidade sociopolítica, indispensável à projecção socioeconómica do País, mediante a criação dum espaço de diálogo e de concertação, envolvendo todas as forças vivas e dispostas a fazer da Guiné-Bissau um “Viveiro de Paz”e uma plataforma segura de entendimento e solidariedade entre os povos que a habitam.
O clima de tensão que assola o topo da hierarquia do Poder Político, deixou o País profundamente dividido e perigosamente crispado. E a tendência, em todos os prazos, apontam para o seu progressivo agravamento, deixando antever um futuro repleto de conflitos e de incertezas no que se refere a salvaguarda da paz, tendo em conta a proximidade das eleições e os evidentes antagonismos dos declarados interesses que estão em jogo.
O momento é deveras desafiante, interpelando-nos à adoptar uma postura de plena responsabilidade face ao destino da Nação. Ou seja, chegou a hora de “Parar para Pensar”, e admitir duma vez por todas que a solução mais acertada para o desanuviar deste clima de tensão, será derivada do diálogo sério, franco, esclarecedor e comprometedor, reconhecendo que desta crise todos sairão a perder.
Tanto os Congressos que se avizinham (das diferentes Formações Políticas), como as eleições que posteriormente terão lugar no País, não serão suficientes para sarar as profundas cicatrizes que, fazendo uso das ferramentas colocadas a nossa disposição, cada um de nós foi gradual e irresponsavelmente rasgando no seio da nossa sociedade.
A Guiné-Bissau merece muito mais do que uma democracia atrofiada (de insultos ao Supremo Magistrado da Nação, de calúnias, de mentiras, de corrupção, suborno, saque, hipocrisia, inveja, tribalismo, intriga, rancor e nepotismo);
A Guiné-Bissau merece mais do que políticos que incentivam o caos e a desordem social (manifestações, meetings e demais formas de protestos públicos, organizados de forma espontânea e irresponsável, por indivíduos de reputação duvidosa, cujo único denominador comum e que ressalta à vista desarmada é a sua gritante predisposição para um protagonismo banditesco e pelo facto de não representarem absolutamente nada no contexto da nossa sociedade, mas que pomposamente se auto denominam de “movimento de cidadãos conscientes e inconformados”, mas que no meu entender se encaixam perfeitamente na definição de “cidadãos inconscientes e desamparados que se deixam subornar, manipular e instrumentalizar por políticos corruptos e desesperadamente agarrados ao Poder).
Não fica bem ao PAIGC, enquanto Partido Político de Dimensão continental, condenado ao exercício do Poder e representado em todas as plataformas de concertação, assim como nas instâncias da tomada de decisões, se identificar com grupos de delinquentes que desafiam a Ordem Social e Constitucional, colocando em perigo a estabilidade e a segurança do Estado. É pertinente recordar que não existem direitos absolutos e que o direito à manifestação não foge a regra.
O teor do comunicado emitido pelo PAIGC relativamente ao alegado acto de espancamento em que se viu envolvido o cidadão Lesmes, que podia muito bem chamar-se Lesma (um indivíduo insensível, apático, negligente, desocupado e preguiçoso), revela falta de bom senso e ausência do sentido de Estado da actual Direcção do PAIGC, deixando evidente que está por detrás dessa precariedade vergonhosa chamada “manifestação de inconformados”, do “Movimento Patriótico”, assim como dos mal-afamados Blogs “Guiné Puro”, “Guinendade” e outros que incitam ao ódio, recorrendo à incompetência, à mentira e à insultos, para veicular informações referentes ao Chefe do Estado e demais elementos afectos à Presidência da República, ameaçando desta forma vulgarizar as Instituições Democráticas do Estado de Direito e colocar o Poder na rua.
Ao definir como prioridade, digno dum comunicado à imprensa, um incidente isolado, tão comum e vulgar no nosso País, motivado por condução sob efeito de álcool, envolvendo um cidadão irresponsável e desprovido de nexo e que se define como um perturbador da paz social, em detrimento de acontecimentos tão importantes como o triste NAUFRÁGIO DUMA PIROGA QUE CAUSOU A MORTE DE PELO MENOS 10 CIDADÃOS GUINEENSES NA ILHA DE CANHABAQUE; O ROUBO DE MEDICAMENTOS DOADOS PELO FUNDO MUNDIAL PARA O COMBATE À SIDA, À TUBERCULOSE E O PALUDISMO; A TRISTE SITUAÇÃO DOS DOENTES INTERNADOS NOS NOSSOS HOSPITAIS; A PRECARIEDADE QUE RESSALTA A VISTA NOS NOSSOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO, ETC. ETC.
A actual direcção do PAIGC revela uma alarmante falta de maturidade política e deixa transparecer que, para denegrir a imagem do Presidente da República, das pessoas afectas à Presidência da República e bloquear o País, é capaz de pactuar com o diabo.
A Guiné-Bissau precisa de soluções consistentes e duradoiras para os problemas com que se debate o seu povo e não de novos problemas que colocam em perigo a sua soberania e sua inserção no contexto das Nações Livres e Progressistas do Planeta.