quarta-feira, 19 de abril de 2017

CRISE NA GUINÉ-BISSAU "NÃO AFETA COMBATE ÀS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS"

Autoridades destacam como mais frequentes casos da filariose linfática e aa parasitose intestinal; taxa de prevalência da chamada elefantíase é de 1%;  cerca de 90% da população da Guiné-Bissau teve alguma doença deste grupo em 2016.
Lizandra Cabral dos Reis disse que pacientes de elefantíase tiveram tratamento massivo em 11 regiões sanitárias da Guiné-Bissau. Foto: Amatijane Candé.

A Guiné-Bissau tem sete das 13 doenças tropicais negligenciadas identificadas em África. Uma cimeira internacional sobre o tema debate a partir da quarta-feira, em Genebra, os avanços no tratamento sob o lema “Consolidar. Acelerar. Eliminar.”


Falando à ONU News, em Bissau, a coordenadora do Programa Nacional das Doenças Tropicais Negligenciadas, Lizandra Cabral dos Reis, explicou que a crise institucional não tem impacto no combate a estas doenças.

Regiões

A médica revelou à ONU News como o país tem lidado com casos de filariose linfática, conhecida por elefantíase, que é endémica no país.

"No que diz respeito a filariose linfática, no ano passado fizemos um tratamento massivo onde das 11 regiões sanitárias conseguimos fazer a cobertura em oito, com a previsão de cobrir este ano as três outras regiões a todo o território nacional. Graças à OMS, que nos dá medicamentos gratuitos, e o nosso parceiro, Sight Savers".

Em cooperação com a Organização Mundial da Saúde, OMS, o Ministério guineense da Saúde Pública cumpre um programa especial para eliminar doenças tropicais negligenciadas até 2030.

Remédios

Em 2016, pelo menos 90% da população da Guiné-Bissau teve uma ou outra doença tropical negligenciada. A OMS apoiou a ação das autoridades para colocar ao dispor dos pacientes os remédios contra essas doenças.

O responsável da OMS para a Prevenção e Controlo de Doenças na Guiné-Bissau, Inácio Alvarenga disse que a parasitose intestinal e a filariose linfática são as doenças mais frequentes no país.

Segundo ele, toda a Guiné-Bissau é endémica à filariose linfática, exceto uma área limitada do sul do país. A taxa de prevalência é de cerca de 1%.

Filariose

"Acontece que o medicamento da Onchocercose associado ao da filariose linfática é eficaz. Trata praticamente as duas doenças numa única medicação. A OMS faz advocacia, garante o fornecimento de medicamentos gratuitos para as campanhas que são tidas no país uma vez por ano e, na pior das hipóteses, uma vez em cada dois anos".

As doenças tropicais negligenciadas menos frequentes na Guiné-Bissau são: a bilharzíase urinária, oncocercose, lepra, raiva e tracoma.

O especialista da agência da ONU disse que mais de 50% das tabancas do leste estão afetadas pela oncocercose.

As autoridades guineenses têm um plano para combater o grupo de doenças até 2020, no âmbito do Projeto de Extensão Especial para Eliminação das Doenças Tropicais Negligenciadas em África, Espen.

*Em parceria com o Escritório Regional da OMS para África.

Fonte: Rádio ONU