Washington – O governo angolano sob liderança do Presidente José Eduardo dos Santos (JES) baixou orientações as embaixadas e consulados proibindo a emissão de visto para jornalistas da rede de televisão portuguesa SIC.
MPLA adopta praticas que atentam contra as liberdades de expressão
Na ordem dada, é advertido que o descumprimento da orientação resultara em consequências para o diplomata que autorizar a emissão do visto para estes profissionais da estação de Carnaxide.
A decisão do governo de Angola, na sequencia de duas grandes reportagem conduzidas pela jornalista Suzana André, expondo a pobreza no país. Numa terceira reportagem a SIC, abordou como elementos do regime faliram o banco BESA, e apresentaram documentos de uma transferência de 300 milhões de dólares, feitas pelo general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, para uma conta no Dubai.
As três reportagens enervaram o governo que viu-se obrigado abrir uma investigação para descobrir como os jornalistas da SIC ludibriaram o consulado de Angola em Lisboa. A conclusão do inquérito apurou que a jornalista portuguesa da SIC, Suzana André e o seu câmara-man solicitaram os seus vistos a partir do Consulado de Angola no Porto.
O governo angolano dispõe, na sua base, uma lista de possíveis jornalistas da SIC, que ficam proibidos de usufruir de vistos de visita ao país. Em caso, dos solicitantes questionarem questionaram a não emissão de vistos, caso venham a solicitar, o governo orienta aos diplomatas a darem uma justificação de acordo com o contexto, tal como alegar avaria na maquina de impressa ou falha nas comunicações no processo de autorização.
A orientação do governo, na recusa de vistos, para estes profissionais, surge numa altura em que a distribuidora ZAP, de Isabel dos Santos baniu os canais da SIC da sua grelha de programas. A pedido do regime, a sul africana DSTV, tomou também a mesma decisão tal como recusou, por outro lado, a abertura no seu espaço, de canal “TV Raiar ”, conotada a figuras de adversários políticos do MPLA.
Em Angola, tem havido fortes criticas ao governo pela decisão de banir os canais da SIC. Há observações segundo as quais a postura do regime contra as liberdades de expressão e ao exercício do jornalismo, entram em contradição com as suas promessas de abertura politica, caso o MPLA ganhem as próximas eleições.
Outras observações suspeitam que a concertação em banir a SIC seja uma medida de prevenção com receio de que esta televisão apresente uma reportagem expondo como a INDRA, está a ser acusada de ter ajudado a fazer fraude nas eleições na Argentina. A INDRA é uma empresa espanhola com a reputação de ser especialista em manipulação de resultados eleitorais em regimes ditatoriais na América Latina. Ela foi contratada ilegalmente pela CNE. O candidato do MPLA, João Lourenço elogiou recentemente o trabalho deste órgão.
Tema relacionado