O Governo inaugurou ontem, 25 de julho, o bloco operatório do hospital ‘Marcelino Banca’ de Bubaque, região de Bolama/Bijagós. O bloco foi construído com o intuito de ajudar na melhoria da qualidade dos cuidados obstétricos e neonatais de urgência nas ilhas que fazem parte da região sanitária de Bubaque.
A cerimónia da inauguração foi presidida pela Primeira-dama da Guiné-Bissau, Maria Rosa Vaz, acompanhada da titular do pelouro da Saúde, Maria Inácia Có Sanhá, e da representante residente do Fundo das Nações Unidas de Apoio a População (FNUAP), Kourtoum Nacro.
O bloco operatório e Casa da Mãe da mesma unidade sanitária foram construídos e equipados pelo FNUAP, com a ajuda dos seus parceiros, nomeadamente a Caritas da Guiné Bissau e Instituto Camões, num valor estimado em mais de 40 milhões de Francos FCFA.
Doravante, as mulheres grávidas que sofriam enormemente com a falta dessa infraestrutura (bloco operatório e casa de repouso para as grávidas em alto risco), vão passar a ser submetida às cesarianas no hospital local e em vez de serem evacuadas para Bissau, expostos a vários riscos de vida, sobretudo acidentes marítimos.
A Primeira-dama, Maria Rosa Vaz, realça com satisfação no seu discurso o fato de a partir de agora as mulheres das ilhas passarem a ter melhores condições de fazer partos seguros, ao contrário do que acontecia dantes em que a maior parte dos partos ocorria ao nível familiar, com todos os tipos de riscos tanto para as mães como para os bebés.
“Agora podemos expressar vivamente, não há mortalidade infantil e materna, não há transferência arriscada de grávidas de Bubaque para Bissau”, assegurou.
Para a ministra da Saúde pública Família, Mulher e solidariedade social, Maria Inácia Có Mendes Sanhá, as duas infraestruturas sanitárias representam um mecanismo importante na resolução do sofrimento da população local.
Neste sentido, exorta à população e aos técnicos de saúde para fazerem o bom uso dessas infraestruturas e equipamentos, como também a empenharem-se mais e mais a fim de darem os seus esforços no exercício das suas funções, evitando acidentes durante as intervenções cirúrgicas.
Por sua vez, a representante residente do Fundo das Nações Unidas para a População, Kourtoum Nacro, começa por mostrar que devido à alta taxa da morte materna e neonatal registada naquela zona levou a sua organização a mobilizar fundos que permitiram abertura do bloco e da construção da Casa da Mãe, a fim de assegurar que as mulheres das ilhas do arquipélago dos bijagós possam ter parto seguro e bons cuidados obstétricos de urgência e emergência com finalidade de reduzir a mortalidade infantil e materna.
“Muitas mulheres transferidas de Bubaque para Bissau acabaram por perder suas vidas, portanto espero que essas infraestruturas sejam usadas com carinho para que possam atingir os objetivos tanto almejados que é a redução da morte materna e neonatal”, referiu.
Elizabete Candente, representante das mulheres de Bubaque, aconselhou a suas colegas a procurarem sempre o Centro de Saúde, uma vez que já dispõem de dois serviços mais avançados para a saúde da mulher e filho.
Recorde-se que a Igreja Católica através da Caritas construiu a Casa das Mães em 2015. Em 2017, a obra foi concluída e equipada pelo FNUAP. O bloco operatório agora inaugurado foi construído e equipado pelo FNUAP, através dos fundos mobilizados juntos dos seus parceiros.
Por: Epifania Mendonça
Foto: EM