sexta-feira, 27 de julho de 2018

EMBAIXADOR DOS EUA PEDE COMPROMISSOS DE POLÍTICOS COM O DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO ENTRE GUINENESES

O embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau e com residência em Dakar (Senegal), Tulinabo Mushingi, disse que é chegado o momento para os políticos guineenses demostrarem uma verdadeira liderança, comprometendo-se com o diálogo e reconciliação para o avanço da Guiné-Bissau rumo a um futuro melhor.
O diplomata norte-americano falava durante a conferência de imprensa para comunicar os resultados dos encontros mantidos com membros do governo, líderes de diferentes partidos políticos com e sem assento parlamentar, bem como com diplomatas e cidadãos comuns, nos quais abordou com os mesmos a necessidade de todos os intervenientes agirem com responsabilidade e se abrirem para o diálogo e esforçarem-se para fortificar a estabilidade política no país.
“Este é o momento para colocarmos de lado o orgulho, as nossas convicções passadas e a longa história de relações atribuladas entre os membros da classe política”, assegurou o Embaixador, que entretanto, avançou que esta foi a mensagem que deixou aos líderes políticos.

“Eles têm a chave para o futuro deste país, por isso têm de resolver este impasse internamente, através de diálogo e cooperação. Também expressei aos líderes políticos o quão importante é a realização de eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, de acordo com o calendário eleitoral estabelecido”, espelhou para de seguida afirmar que o seu país está profundamente comprometido com a Guiné-Bissau e seu povo, tendo assegurado que continuarão a apoiar muitos programas no país.
Questionado sobre a disponibilidade dos Estados Unidos em apoiar financeiramente as eleições legislativas de 18 de novembro, o embaixador Tulinabo Mushingi disse que o governo pode contar com o apoio dos Estados Unidos, tendo afirmado neste particular que o seu país continua a apoiar o povo da Guiné-Bissau moral e financeiramente.
“Para realizar eleições, cada país deve contar com os recursos próprios para iniciar o processo, depois procura ajudas. Falamos com o Presidente da República e com o Primeiro-ministro, ambos concordam connosco que primeiramente devem iniciar com os recursos disponibilizados pelo executivo, razão pela qual as autoridades tomaram a iniciativa de começar com o recenseamento eleitoral, sem ajuda do exterior”, contou.
Solicitado a pronunciar-se sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao levantamento das sanções impostas pelas Nações Unidas aos oficiais superiores guineenses em 2012, Tulinabo Mushingi explicou que as forças armadas guineenses demostraram nos últimos dois anos terem vontade de separar-se da política e manter-se nas casernas e fazer o seu trabalho que é manter a segurança do território e do povo, mas não imiscuir-se na política.
“Isso é um bom passo. Portanto estamos cada ver a avaliar o comportamento das forças armadas. No entanto, a questão das sanções é uma das questões que nós também vamos avaliar”, espelhou.
Sobre a reabertura da Embaixada dos Estados Unidos na Guiné-Bissau, informou que não se pode anunciar uma data porque é um processo que exige análise de vários aspectos.
“Deparamo-nos com uma situação da degradação dos edifícios da Embaixada a nível de diferentes países no mundo, então estamos neste momento na reconstrução dos referidos edifícios através de um processo da lista dos países selecionados. Então há países que constituem primeiras prioridades de acordo com a lista”, referiu.

Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche 
odemocratagb.com

Leia também: EUA “A Comunidade Internacional ainda confia na Guiné-Bissau”, diz Embaixador 

Bissau, 27 Jul 18 (ANG) - O Embaixador dos Estados Unidos de América, Tulinabo Mushing, afirmou que volvidos três anos após as eleições na Guiné-Bissau, a Comunidade Internacional continua a depositar a confiança no país, apesar de não haver progressos durante esse período.

Em conferência de imprensa realizada quinta-feira em Bissau, o diplomata americano disse que em encontros mantidos com líderes de diferentes partidos políticos com e sem acento parlamentar, diplomatas e cidadãos comuns, abordou-se a necessidade de todos os intervenientes agirem com responsabilidade e se abrirem para o diálogo e forçarem para fortificar a estabilidade política no país.

“Este é o momento para colocarmos de lado o orgulho, as nossas convicções passadas e a longa história de relações atribuladas entre os membros da classe política, para demonstrarem uma verdadeira liderança, comprometendo-se com o diálogo e reconciliação para o avanço da Guiné-Bissau rumo a um futuro melhor”, aconselhou.

Tulinabu Mshing afirmou ainda que falou com os líderes políticos o quão é importante a realização das eleições legislativas e presidenciais no país, de acordo com o calendário eleitoral estabelecido.

Perguntado se os EUA vão apoiar o processo eleitoral, Tulinabo disse que sim, adiantando que para fazer as eleições, em princípio, cada país deve contar com o seu próprio recurso e só depois tentar procurar ajuda.

Acrescentou que é por causa disso que o governo guineense decidiu começar a fazer recenseamento sem apoio de fora.

Confrontado com as recentes declarações do presidente do partido Assembleia do Povo Unido (APU-PDGB), sobre o período curto de preparação das eleições, o diplomata americano respondeu que em qualquer país quando se aproxima as eleições os partidos tentam posicionar-se, acrescentou ainda que as eleições têm desafios técnicos e financeiros e todos esses obstáculos devem ser discutidos pelos guineenses , que devem procurar uma solução viável para o país.

“Se um mês não é suficiente para o recenseamento e se os actores políticos concordarem, eles mesmos podem procurar uma solução para resolver isso, para ver as leis, discutir e chegarem a um consenso”, disse o Embaixador dos EUA.

Em relação ao levantamento das sanções, impostas aos militares golpistas de 12 de Abril de 2012, disse que o seu país vai avaliar esta questão porque durante alguns anos as Forças Armadas estão a demonstrar as suas vontades de se afastar da política para ficar nas casernas e fazer o seu trabalho que é de assegurar o território nacional, e considerou que isso é bom passo demonstrado pelos militares.

Prometeu que o seu país continuará a apoiar a Guiné-Bissau em diferentes áreas nomeadamente na Agricultura, Saúde, Educação e na da Defesa e Segurança.

“Anunciamos recentemente um programa sobre agricultura com um montante de 21 bilhões de francos cfa para três países, a Guiné-Bissau, Gâmbia e Senegal, para fortalecer a cadeia de castanha de cajú”, recordou.

Disse ainda que todos os programas que os EUA desenvolvem no país têm o propósito de atingir os objectivos comuns entre os dois países e promover a prosperidade na Guiné-Bissau, tendo avisado que esses objectivos não poderão ser atingidos sem a estabilidade política.


ANG/DMG/ÂC//SG