sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Eleições Legislativas : PRS ACUSA PM ARISTIDES GOMES DE TENTATIVA DE FRAUDE ANTECIPADA

O Partido da Renovação Social (PRS), acusou esta tarde, 23 de agosto 2018, o Primeiro-ministro, Aristides Gomes de estar a seguir o “caminho da distorção, da distração, da incompetência, e de tentativas de fraude antecipada”, tendo-o responsabilizado pelo atraso do início do processo de recenseamento eleitoral que deveria começar esta quinta-feira.

A acusação dos renovadores consta do comunicado lido pelo porta-voz do partido, Victor Pereira, durante uma conferência de imprensa realizada numa das unidades hoteleiras da capital Bissau, com o intuito de informar a opinião pública nacional e internacional da posição do partido face à situação do atraso no processo de recenseamento eleitoral.

Ainda de acordo com o porta-voz dos renovadores, o registo eleitoral não teve lugar hoje devido àquilo que considera de “atos de distração, de incompetência e joguinhos políticos por parte da entidade responsável”.

“Distração, porque se elegeram outras prioridades, fortemente absorventes, em paralelo com a das eleições. Incompetência, porque o princípio que deveria presidir à promoção de uma ação desta envergadura deveria ser o princípio da ação face ao tempo e face à escassez de meios disponíveis”, referiu o político que entretanto avançou que, por razões de lógica partidária, enveredou-se pela via da destruição de tudo o que já fora feito, para se começar tudo de novo.

“Joguinhos políticos obscuros, porque todo este processo de eleições extraordinariamente sensível, fruto de consensos arduamente alcançados e que diz respeito a todos nós e onde ainda pairam altíssimos níveis de desconfiança na classe política, passou a ser gerido à margem da lei e da opinião pública. Os órgãos competentes em matéria de eleições passaram a prestar vassalagem aos seus superiores hierárquicos partidários, mais do que à lei que dita as suas competências orgânicas”, criticou.

Victor Pereira recordou ainda que os apelos não faltaram ao chefe do governo no sentido de tomar, em tempo útil, as precauções necessárias, a fim de evitar seguir aquilo que considera ser o “caminho da distorção, da distração, e da incompetência, e de tentativas de fraude antecipada”.

“Se as nossas vozes tivessem sido ouvidas, teríamos há semanas a cartografia concluída e validada, a constituição das mesas e de brigadas de recensemaento, a campanha de sensibilização em andamento, bem como a notificação dos partidos políticos para a credenciação dos seus fiscais”, lê-se no comunicado apresentado pelo porta-voz do PRS.

Reconheceu neste particular que o recenseamento é um ato administrativo do Estado e não de partidos, pelo que é inadmissível que as ações fulcrais ditadas por lei e ligadas a ela estejam a ser decididas na sede do PAIGC.

“Dúvidas não restam do que toda esta trapalhada potenciadora de conflitos evoluiu até este nível porque o primeiro-ministro assim o permitiu”, referiu.



Por: Assana Sambú
odemocratagb.com