segunda-feira, 13 de agosto de 2018

OPINIÃO: TEMOS “CHEFE-MAS-POUCO”

Há quem procure encontrar um único culpado, para apontar como responsável pelo estado da Nação! Simplesmente, não existe um único culpado do atraso de desenvolvimento do País. E nunca houve… Seria tapar o sol com a peneira e, pior ainda, julgar mal esta questão. Era mais uma vez um virar do disco e ouvir tocar a mesma música, ouvindo as mesmas vozes, com o mesmo falsete, o mesmo engano na ponta da língua. 

 Digamos que a mesma máfia política instalada há décadas continua a dar cartas, mantendo o nosso País na miséria ou num sub-desenvolvimento estrategicamente montado de fora para dentro, visando fins de exploração do Povo. Mantendo no território nacional e no estrangeiro os “cabecilhas” responsáveis deste crime económico, social e cultural (são Guineenses e de outras nacionalidades), fazendo parte da organização criminosa dentro de um esquema complexo, montado para exploração e controle da máquina do Estado! 


 Sua fonte de “ouro” está na manutenção de crises políticas sucessivas! O consequente derrame financeiro sai a cair nos bolsos dos líderes nacionais e seus patrões no exterior, e isto é apenas uma das consequências mais visíveis da situação triste do País, que caminha para mudança, só.


Muitos abandonaram o PAIGC, depois de exercerem cargos de liderança do País num longo período de tempo e saíram com uma única intenção central, fundar um partido político, “meu”. Será ele com certeza o primeiro a contar os tostões e a tirar dividendos disso mesmo. Aliás em 45 anos de independência, a Guiné-Bissau só tem 45 Partidos políticos (riso sem ofensa).


Se muitos já eram maus políticos na sua antiga organização (PAIGC), acredito que continuam muito pior nesta intencionalidade de assegurarem empresas na máfia instalada, corrupção onde estão simplesmente empresários politizados (todos os Partido políticos fazendo parte do problema), garantindo projectos de exploração ou suas comissões milionárias à custa de delapidação do “ouro” do Povo. 


Há décadas que está instalada esta teia mafiosa sem limite, este sistema mafioso, onde políticos empresários são a elite favorecida e protegida da máfia organizada. Todos não querem este divórcio entre política e mercado empresarial, porque tudo é gerido directa ou indirectamente pelos mesmos políticos mafiosos no sistema parasita, que vigora no País, acredite se quiser, Camarada. Pior ainda, não há sinais de mudança e tudo farão, para continuarem a exploração do Povo! Factos comprovam como é verdade absoluta esta realidade já visível a olho nu, nestes 45 anos de in/dependência (…)

Hoje e ainda, estamos no fim de mais um ciclo de ingovernabilidade, já constatamos os mesmos discursos do engano, mafiosos, que escolhem alguém e condenam na praça pública como “único culpado”. No acto seguinte, assistimos à tentativa de se safarem eles próprios da lista extensa de abusadores ou criminosos responsáveis pelo estado caótico e banca rota, que colocaram e condenaram nosso Pais. 


 Cada vez mais surgem novas caras, oriundos deste ADN criminoso, a tentarem a sua sorte nesta corrente de esquemas mafiosos no País. Hoje cresceu o número de líderes criminosos. Se dantes formavam uma banda “musical” pequena, hoje não cabem na “garagem”, cresceram no tamanho, davam para formar uma orquestra sinfónica com dezenas de falsos políticos encostados ao Estado para roubar.

Na sua maioria serão incapazes de prestar conta de recado nos cargos que ocupam há décadas (só roubam), serão quadros impotentes e complexados, “não fazem e não deixam fazer”, nem com caterpillar são arrancados da “mama”. Quando acontece uma saída espontânea, deixam raízes aos filhos, netos ou capangas, para continuarem os abusos e desvios dos bens da Nação Guineense. Isto está à vista de todos! 


 Haverá crise de identidade da Nação. Pior do que isto, perdermos a dignidade como País, e por causa de ladrões do Estado, metidos em tudo quanto é fonte de rendimento ou património nacional, credo!?

Cuidado Camaradas, nunca houve um “único-culpado” nisto; são muitos (alguns desde a independência do País). Hoje ainda conseguem fazer jogo de cintura muito bem, permanecendo nos lugares de conveniência, para encher os bolsos. Procuram esconder o busílis da questão, este roubo constante ou desvio económico. Estamos atentos, bó na matyl, até um dia sDq. Pois ainda isto vai acabar mal (…) 


 Pecado único ou único pecado é a questão central desta reflexão, destacar a falsa busca de um culpado (que não existe aqui), para condenar na praça pública. Mas não é verdade! Este sistema permite corrupção e impunidade - onde ladrão acusa ladrão - é preciso estancar a corrupção e esta confusão na identificação de criminosos no País, e será TRABALHO DURO, não este jogo do empurrar as culpas ou acusações traiçoeiras, para fingir inocência, jamais! Nó kumssy ñ’utru, ok? A corrupção no País já tem netos (infelizmente) desta ninhada e sabemos quem são. kalerõm na fala panela, káu tysnãm, tudu dús symta na karbõm-gôrra… hy’kuma?, kkkkkkkkkk. E já agora, este Ministério Público tem a palavra, será capaz ou não, aguardamos pela sua urgente actuação esperada há décadas, i. é, sem se deixar influenciar por apelidos, cargos de liderança ou pela cor partidária!?

Quem acusa faz parte da quadrilha e só por hipocrisia política, tenta atirar o barro à parede, para ver se cola. Falamos de crime financeiro, ao longo de vários anos, na “rota” internacional de dinheiros da Guiné-Bissau, apoios internacionais em milhões de dólares, que nunca ninguém contabilizou ou que tenham sido investigados pelo Tribunal de Contas. São incontáveis perdas por evidência de factos desta contabilidade ausente por negligência ou leviandade dos líderes políticos. Pois com certeza muitos milhões ficaram fora do País ou entraram e logo desapareceram sem deixar rastos, sem contas refeitas num controle económico do País. 


 Nada disto se fala, é um assunto ocultado neste silêncio ruidoso, pois ainda não é objecto de reflexão responsável numa Guiné-Bissau deste tempo, por enquanto.

O País precisa de estimular o inconsciente colectivo para isto, acordar a maior parte adormecida perante os factos reais deste crime contra o estado, para mudarmos de filosofia


política e prática perversa na gestão danosa ou por corrupção generalizada no aparelho de Estado! É lamentável o estado de coisas negativas em crescimento, permanentes no País, algumas sem solução à vista. Fica claro que batemos no fundo. Pensar erguer o País do chão é palavra de ordem. Haja mudança de pessoas e de ideias, rapidamente (nô djamty)! Desde a independência, as eleições não têm servido para edificar a Democracia sólida no nosso País. Paradoxalmente, verificamos aumento da corrupção e impunidade dentro e fora das instituições. 


 Neste sistema, parece que só nomeamos “líder-aranha” para cada mandato viver nesta teia envenenada, rodeado por um governo inoperante, corrupto, e lento, típico dum efeito redutor de qualquer tentativa de sucesso institucional. Mantendo para o efeito um “líder” só de nome (chefe-mas-pouco), i. é, faz de conta - homem-aranha - nomeado chefe, que manda pouco e comete muitas asneiras (convém), naturalmente descredibilizando a imagem de Estado, frustrando expectativas politicas e institucionais no seu todo, afectando esta dinâmica total com elementos do elenco deste colectivo de lideres no poder, alguns referenciados ou suspeitos de crime público, mas, que usando colete à prova de justiça, colados à imunidade parlamentar, escapam constantemente à justiça e mesmo com telhados de vidro visíveis ou não. Triste situação marcante no mundo do Direito, no País da impunidade (…) 

 Mais uma vez repete-se o filme político, que podia ter como título: “único diabo no meio de santos”. Os actores são os mesmos de sempre, escolhidos talvez a partir dum role de crimes reconhecidos no estado social, com intervalos forçados, até serem novamente usados como peça reutilizada no mesmo jogo de poder, com o consentimento do “chefe-mas-pouco”, que por sua vez será mais tarde ele também sacrificado pela “família” política, vitima desta teoria do “único culpado” pelo mau estado do País, mantendo-se os restantes da mesma equipa como “invisíveis”, pensando escondidos atrás de alguém. Mas Camaradas, haverá “tolo” que acredita nisto, até estes já abriram os olhos!?


Vamos mudar de linha e construir nova teia, reconhecer a linha podre nesta máquina viciada. É preciso mudar as modas retrógradas, permitir criatividade empreendedora, cultivar novo perfil de servidores do Estado e rapidamente. Haja liberdade e separação de poder institucional rumo à Democracia plena, e não isto! Perguntamos que delírio é este – Guiné-Bissau com 45 Partidos Políticos – haja bom senso! Aliás este número de 45 partidos políticos (riso), vem confirmar: que antes de mais, não há unidade política pela Causa Guineense (daí, os 45 cinco partidos, para um País pequeno como o nosso, bó figa canhota, credo). Digo mais, não há projecto de unidade pautada por objectivo de levar o País para frente, mas um aumento gradual de desconfiança entre utilizadores do Estado (políticos e empresários politizados) - que começaram por entrar na política como projecto de vida pessoal. Em vez de pensarem servir o Povo, servem-se! Focalizados nos ganhos pessoais a partir da exploração do cofre de Estado ou desvios em comissões mafiosas instaladas para o efeito, só.
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Há que ter cuidado com indivíduos patrioteiros, que gritam por Guiné-Bissau, na calada exploram tudo e todos, bens ou património do País.


Vamos criar um critério de eliminação como Partido político, para todos aqueles que não atingirem um determinado número de votos depois das eleições, i. e´, como forma de afastar/reduzir a maior parte que vive só do nome (partido), nada mais. Não conseguem convencer “X” número de Guineenses, então chega, que arranjem outra vida, só.


Por este andar chegaremos aos 50 anos de independência, com 50 partidos (riso), será?
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Mais: é mau sintoma não haver eleições marcadas para Novembro deste Ano, penso! Acontecendo, penso que não vai haver eleições antes de Abril do próximo Ano, daí que, vale a pena reforçarmos a vigilância política e militar em todos os sectores de controle territorial e ou com destaque no terreno nacional (…)
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… que a natureza nos proteja, se Deus quiser…
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Djarama. Filomeno Pina.