sexta-feira, 4 de julho de 2014

CABO-VERDE: VÁRIAS CRIANÇAS DE RUA PEDEM ESMOLA À PORTA DOS MINI-MERCADOS DO MINDELO PARA TENTAREM SOBREVIVER.

Foto de menin de rua
Várias crianças pedem esmola à porta dos mini-mercados do Mindelo. Cada uma com a sua história, mas uma única realidade: são crianças de rua que pedem esmola para tentarem sobreviver. Muitas dessas crianças sem apoio da família sonham ter uma vida melhor.
À porta do mini-mercado Fragata e de outros mini-mercados do Mindelo, encontramos várias crianças a pedirem dez escudos para comprarem um pão ou outra coisa qualquer. Um menino de apenas 13 anos, mora com a mãe que sofre de perturbações mentais e nem sequer sabe quem é o pai. Começou a frequentar as aulas mas como ele se caracteriza, “sou mal-educado e não dava com os professores, nem com colegas” e decidiu abandonar os estudos na segunda classe.

Segundo ele, a mãe com as suas dificuldades mentais não trabalha e vive da ajuda de vizinhos. Mora na localidade de Chã de Alecrim, mas desce sempre para morada para pedir esmola, “não sou ladrão, por isso peço”. Para ele, pedir é melhor que roubar, mas muitas pessoas não ajudam, “criticam apenas”. Ele sonha sonha um dia conseguir um trabalho para poder ajudar a mãe, mas enquanto esse dia não chega, ele come com as esmolas que as pessoas oferecem.

Outra criança de 10 anos pede esmola para tentar comer. A criança que mora com uma tia, sente a necessidade de se “desenrascar”. É que a tia não trabalha porque é deficiente, “mas quando entra algum dinheiro, ela cozinha”. Questionado sobre a razão de não viver com os pais, ele responde: “o meu pai está preso e a minha mãe mora com outra pessoa”. E acrescenta: “o meu padrasto não gosta de mim”. Ele  mora na Ribeirinha, acredita que são discriminados porque “muitas pessoas pensam que roubamos e dizem que somos piratas”. R quer um dia ter um trabalho digno e ser respeitado por todos.

Ru não gosta de falar da sua vida, mas adianta que em sua casa o clima é de muita confusão e prefere não assistir ao pai a bater na mãe e nos irmãos. “Ele bate-nos por qualquer coisa”. Com 14 anos sustenta-se com as esmolas que recebe e do dinheiro que ganha despejando o lixo das lojas, dos bares e dos restaurantes da cidade do Mindelo. Ainda no EBI, Rudney sonha ser marinheiro.

Muitas crianças e adolescentes de rua vivem à procura de vida melhor e sonham um dia, virem a ser respeitados. Fonte: Aqui