Fonte: gbissau.com
Bissau - Um aparente braço-de-ferro entre o Presidente da República, José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, envolvendo alguns nomes propostos para cargos governamentais, pode ter estado na origem do atraso no anúncio da composição do novo elenco governamental da Guiné-Bissau.
De acordo com uma fonte da GBissau.com, que preferiu o anonimato, José Mário Vaz terá discordado com pelo menos dois dos nomes constantes da lista proposta por Domingos Simões Pereira.
Em causa as figuras do deputado Botche Candé que deveria ocupar a pasta do Ministério da Administração Interna e de Mário Lopes da Rosa (o actual Ministro das Pescas, do governo de transição) , este último o escolhido por Simões Pereira para a pasta dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional.
Ainda de acordo com a nossa fonte, a rejeição por parte do presidente José Mário Vaz, dos nomes propostos pelo primeiro ministro guineense — empossado hoje, quinta-feira – pode, entretanto, não se configurar numa decisão irreversível e definitiva.
A lista do elenco governamental foi apresentada esta quinta-feira ao Presidente da República durante um encontro com o primeiro-ministro.
No caso da pasta dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, ainda fazendo fé na nossa fonte, o Presidente da República terá manifestado a Simões Pereira a sua preferência por Baciro Djá, por sinal um dos vice-presidentes do PAIGC.
Botche Candé que no governo de Carlos Gomes Júnior ocupara o cargo do ministro do Comércio, Industria e Artesanato é alegadamente tido como próximo daquele antigo primeiro-ministro guineense.
Facto curioso, ainda de acordo com a nossa fonte, tem a haver com a intenção de Domingos Simões Pereira de nomear Baciro Djá como titular da pasta da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, por conseguinte o que lhe daria o estatuto da segunda figura do Governo. Mas, Baciro Djá que já foi também Ministro de Defesa no governo de Carlos Gomes Júnior ao que parece, está mais inclinado para a chefia da diplomacia guineense.
Recorde-se que Mário Lopes da Rosa, “Maruca” foi o segundo candidato mais votado nas primárias do PAIGC ganhas por José Mário Vaz “Jomav” e que lhe franquearam as portas à presidencia da Guiné-Bissau.
Aí está o que se escondia no PAIGC. Dizia-se que o independente Nuno Gomes seria um obstáculo ao Domingos Simões, se fosse eleito presidente.