Martinho Júnior, Luanda
1 – O Mundo não é “a nossa casa comum”e há causas profundas para que assim aconteça: a via capitalista desembocou num processo de globalização imposto por ordenamento dum império concentracionário e ultra egoísta, que procura a todo o transe uma hegemonia unipolar avassaladora, que vai atirando humanidade e planeta para um irreversível abismo!
Entrou-se na fase do capitalismo monopolista transnacional, base da hegemonia unipolar e também a tese que gera a antítese: a procura da multipolarização por via das emergências que procuram fugir à vassalagem e se inscrevem naqueles 99% alvo do domínio.
O fulcro do processo de hegemonia unipolar que se foi formando desde os alvores da Revolução Industrial é, com cada vez mais evidências, um poderoso estado que se convencionou chamar Estados Unidos da América!
Os Estados Unidos procuram a todo o transe a imposição de vassalagem a todos os demais estados, incluindo os seus próprios aliados e o carácter da União Europeia reflecte precisamente isso, numa altura em que a Alemanha e a França procuram fugir ao que se lhes está a ser imposto.
Está-se à beira do abismo, um abismo que poderá terminar numa guerra nuclear que poderá pôr fim à vida tal qual a conhecemos sobre a Terra!
2 – Os Estados Unidos da América tornaram-se decisivos, através dos processos de concentração económica, financeira e industrial, que implicaram nas linhas de definição dos contornos e dos conteúdos da “civilização moderna”, escolhendo e priorizando as vias científicas e tecnológicas dos conglomerados de interesses e“defendendo”os critérios escolhidos, de modo a tornar inviáveis os critérios alternativos “concorrentes”.
Ao mesmo tempo, ao providenciar para a sua moeda o papel de padrão a nível global, abandonou a indexação ao ouro, criando imensas possibilidades especulativas muito para além do que seria admissível através do lucro, explorando para o efeito um conjunto de instituições que instrumentalizou, desde alguns organismos componentes da ONU, até ao FMI, à Organização Internacional do Comércio, ao Banco Mundial e a uma miríade de “think tanks” onde geraram os “lobbies”a partir dos quais impõem a sua vontade visceral!
A Reserva Federal norte americana não tem mais ouro e até o que estava a seu cargo, proveniente de aliados diversos, desapareceu na voragem neoliberal.
Emergentes na Ásia e na América Latina ensaiam por isso trocas comerciais com base noutras moedas, com realce para os envolvimentos bilaterais, para o rublo e o yuan (entre a Rússia e a China).
No início do crescimento em direcção ao domínio, os Estados Unidos beneficiaram da trasladação das principais casas financeiras da Europa, que vieram a integrar, na esteira do que foi o império britânico, a quem se associou a fim de tirar partido da amplitude de implantação das culturas anglo-saxónicas.
Essas casas financeiras tomaram, na década de 30 do século passado, a Reserva Federal e de então para cá impuseram os seus interesses e conveniências “privadas”: deixou de haver concorrência e os conglomerados financeiros, económicos e industriais procuram a todo o transe pulverizar as resistências, neutralizá-las ou mesmo eliminá-las, dissipando o ouro da Reserva Federal e manipulando com o Dólar.
Esse processo tem amplas repercussões sócio-políticas nos próprios Estados Unidos e na corrente globalização, a ponto de concentrar a riqueza acumulada nas mãos de 1% da humanidade e gerar uma exploração desenfreada dos recursos, exaurindo por via da “civilização moderna” o planeta Terra… Leia o artigo completo