O Ébola chegou ao Senegal. Um jovem da Guiné-Conacri foi internado em Dacar com sintomas da infeção que já matou mais de 1500 pessoas na África Ocidental. A confirmação do caso surgiu esta sexta-feira pelo ministro da Saúde senegalês. Awa Marie Coll Seck explicou que o homem foi colocado, de imediato, em quarentena.
Foi exatamente na Guiné-Conacri, de onde é oriundo a vitima deste primeiro caso no Senegal, que este recente surto de ébola surgiu, em dezembro passado. A propagação foi rápida, chegando também a alguns dos países vizinhos como a Libéria, a Serra Leoa e a Nigéria, onde já morreram seis pessoas. Pelo menos, três mil pessoas já terão sido infetadas, incluindo alguns europeus e americanos que se deslocaram àquela região africana para ajudar no combate ao surto. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já revelou o receio de o vírus poder vir a atingir mais de 20 mil pessoas. Em algumas zonas destes países da África Ocidental, há pessoas que continuam a negar a existência do vírus e a depositar todas as crenças na fé religiosa. Outros estão em pânico e qualquer atividade estranha lhes parece suspeita. Foi o caso num mercado de Nzerekore, a segunda maior cidade da Guiné-Conacri, onde populares se revoltaram na sequência da pulverização do local com um desinfetante. Os motivos do motim não foram claros, mas algumas das pessoas terão alegado que o que estaria a ser pulverizado seria o vírus do ébola e por isso se teriam revoltado. O recolher obrigatório foi decretado em Nzerekore, a capital da região de floresta onde a epidemia tem o epicentro. Uma equipa portuguesa com 41 militares da Força Aérea e seis do exército partiu, entretanto, para o Mali. O objetivo é integrar, em Bamako, uma missão de paz da ONU numa das zonas de maior risco do ébola, pela proximidade com a Guiné-Conacri. Integrados no contingente luso vão, ainda, dois médicos e seis enfermeiros. A OMS garante ter um plano para travar a propagação do vírus nos próximos seis a nove meses. Avaliado em cerca de 489 milhões de dólares (370 milhões de euros), o plano requer o trabalho de 12 mil africanos e mais 750 pessoas oriundas de fora do continente. Nos Estados Unidos, prosseguem, por fim, os esforços para encontrar uma cura. O diretor do Centro americano de Controlo e Prevenção de Doenças, Tom Frieden, deixa um alerta: “Se não o pararmos já, podemos ter de lidar com este vírus anos e anos por todo o Mundo. Mas ainda o podemos parar.” Alguns laboratórios americanos vão, entretanto, começar a testar em humanos vacinas contra o ébola. Isto, depois de as experiências em animais se terem revelado promissoras. Vinte pessoas saudáveis voluntariaram-se para ajudar a perceber se estas vacinas serão bem aceites pelo corpo humano. Fonte: Aqui