quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ANP ANUNCIA CONFERÊNCIA DE RECONCILIAÇÃO

O parlamento da Guiné-Bissau está a preparar uma conferência nacional da reconciliação que deverá acontecer, o mais tardar, no primeiro trimestre de 2015, anunciou o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.

"Está a avançar a preparação de uma conferência nacional da reconciliação sob a tutela do parlamento guineense e com o alto patrocínio do Presidente da República [José Mário Vaz]", referiu aquele dirigente na Gâmbia, citado pelos órgãos de comunicação social do país.
 
A declaração foi feita na quarta-feira durante um discurso no parlamento gambiano, no âmbito de uma visita oficial de dois dias, iniciada na terça-feira.
 
"Queremos que essa conferência aconteça este ano ou, o mais tardar, durante os primeiros três meses de 2015", acrescentou, ao mesmo tempo que disse contar com o "forte apoio" do parlamento da Gâmbia, que será convidado para o evento.
 
"Paz, estabilidade política e institucional continuam a representar para nós, guineenses, um grande desafio político e moral. Nós não vamos abrandar nos nossos esforços pela consolidação da paz, que ainda treme, e pelo fortalecimento das instituições públicas, que estão muito fracas", referiu.
 
O primeiro-ministro Domingos Simões Pereira defendeu em junho, em entrevista à Lusa, um "processo de diálogo a favor da reconciliação" em que o Governo é um entre vários intervenientes para arrumar de vez o passado de instabilidade e violência entre políticos e militares
 
Começar a discussão pela aprovação ou não de uma amnistia "é um mau ponto de partida: o final tem que ser a reconciliação e o ponto de partida é o diálogo. Se pelo meio tivermos que passar por amnistias ou outro tipo de mecanismos, que os interpretemos como mecanismos, não como condições, nem como objetivos", referiu.
 
Durante a visita à Gâmbia, Cipriano Cassamá anunciou ainda que a Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau vai criar um grupo de amizade parlamentar entre os dois países.
 
O porta-voz da assembleia gambiana, Abdoulie Bojang, referiu que os dois estados e os seus cidadãos "são o mesmo povo, separado pelos colonialistas: a Gâmbia é um país irmão da Guiné-Bissau e a relação entre ambos vem desde antes da época colonial".
 
Após os discursos, ambos os dignatários assinaram um memorando de entendimento de cooperação técnica entre os dois parlamentos. Fonte: Aqui