quinta-feira, 21 de agosto de 2014

AGENTE DA CRUZ VERMELHA MORRE EM CONFRONTOS NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

Um funcionário da Cruz Vermelha foi morto a tiro e pelo menos 31 pessoas ficaram feridas ontem em confrontos entre milícias e tropas internacionais na capital da República Centro-Africana, disseram os serviços de emergência.
 
Os confrontos começaram depois de os moradores do bairro PK-5 terem acusado as forças da União Europeia (Eufor) de matarem a tiro um homem na noite de terça-feira. O bairro é o reduto de cerca de 2 mil muçulmanos que vêm enfrentando violência sectária para permanecer em Bangui, mas que resistem à pressão para se desarmar. A Eufor afirmou em comunicado que uma das suas patrulhas abriu fogo depois de ter sido atacada no bairro PK-5. A força europeia não confirmou se alguém foi morto no incidente, no entanto. Uma multidão de manifestantes levou ontem o corpo de um homem à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), dizendo que ele tinha sido morto a tiros pela Eufor na casa dele. Depois, sepultaram-no. Pouco tempo mais tarde, artilharia pesada e bombardeios foram ouvidos em todo o bairro PK-5, disseram moradores. O grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que a sua equipa no Hospital Geral recebeu 31 pessoas feridas por balas. "Dez pacientes gravemente feridos serão submetidos a cirurgia", disse o vice-chefe da missão do MSF, Claude Cafardy, em comunicado. A Cruz Vermelha Internacional e o Movimento do Crescente Vermelho disseram que um dos seus voluntários, Bienvenu Bandios, foi morto a tiro durante a retirada de vítimas do PK-5. "Estamos muito consternados com esta trágica perda de vida", disse o presidente da Cruz Vermelha na República Centro-Africana, Antoine Mbao Bogo. A ex-colónia francesa está tomada pela violência desde que o grupo Seleka, uma coligação de rebeldes principalmente muçulmanos e de alguns combatentes aliados dos vizinhos Chade e Sudão, tomou o poder em março de 2013. O governo Seleka foi marcado por abusos que levaram a uma reação da milícia cristã anti-Balaka. Os ciclos de violência continuaram, apesar da renúncia do líder Seleka, Michel Djotodia, que abandonou a Presidência em janeiro. Fonte: Aqui