É sublime o respeito que acalento pelo Presidente da República enquanto símbolo da unidade nacional. Por outro lado, repugna-me qualquer tentativa de divisão do povo da Guiné-Bissau. O senhor José Mário Vaz, conhecido na sua aldeia natal por Zeca Upa-Caió, com a sua visão fantasista e populista, em vez de unir resolveu dividir o povo. Deixou de se chamar José Mário Vaz e passou a chamar-se Zeca Upa-Caió, ou vice-versa. Do símbolo da união para o da desunião. É do Zeca, símbolo da desgraça que vos quero falar. Em primeiro lugar, faço votos para que leve a sua política tribalista até às últimas consequências. Por outro lado, sugiro que no decretar sobre o "equilíbrio étnico" no batalhão da Presidência seja alargado a todos os sectores da Administração pública, e que não se esqueça, inclusive, de mencionar a necessidade de "equilíbrio por sexo, nível social e crença religiosa".
Para além desta fantasia do "equilíbrio étnico" consta que Zeca Upa-Caió pretende também decretar o uso do português como a única língua portuguesa falada na Presidência da República. Credo, até parece que estamos em Luanda, onde, no tempo colonial havia informadores para a língua portuguesa. Quem falasse a língua nativa perdia trabalho. Para além de idealizar um grupo de legionários encarregados de proteger a Presidência que será fortemente emburguesado como os generais em Angola, idealizou uma espécie de oásis no deserto, uma "província" portuguesa em Bissau, onde nem a sua própria mãe, que só sabe falar manjaco e crioulo, poderá entrar. Pois, só agora entendo porquê que no seu discurso da tomada de posse o senhor disse que a Rosa, amiga e companheira é detentora duma paciência rara e de uma virtude que explica o fato dela o aturar a tantos anos. Portanto, só lhe digo não confunda a pachorra da D. Rosa que lhe aturou tantos anos as suas "astúcias" com a persistência do povo.