Nha ermons, atenção: a “oposição ociosa”
atrelou-se, definitivamente, ao Governo,na Guiné-Bissau. É caso para perguntar:
quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Ou seja, na nossa terra, qual tem sido
a causa da instabilidade: improbidade administrativa das autoridades públicas
ou a instabilidade em sí? Como é que se pode supor que gestores públicos - democraticamente eleitos - agem como verdadeiros donos da
“coisa pública”, chegando ao ponto, inclusive, de encomendar, eles mesmos,
assassinatos de deputados e de militares na nossa terra?
O
líder da Bancada Parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Certório
Biote, aconselhou aos partidos políticos do país a não continuarem com a forma
“dura, violenta e medonha” de fazer oposição ao poder instituído através das
urnas. O deputado do maior partido da oposição ameaçou ainda “se os políticos
guineenses continuarem a enveredar-se
por essa forma de fazer oposição, o país continuará por mais 40 anos
mergulhado na instabilidade, comprometendo ainda mais os ideais de Amílcar
Cabral”. Ai, “os ideais” de Cabral compadecem com a improbidade administrativa
dos gestores públicos, com matanças e perseguições dos adversários políticos?
Não confundam, os guineenses nunca fazem vénia aos tugas, como acontece em
outras comunidades da língua portuguesa.