FONTE: DOKA INTERNACIONAL
O ESSENCIAL: O PAIGC, ao
reconhecer a insuficiência dos votos para fazer passar o seu programa do
Governo, decidiu submeter uma moção de confiança, em vez de deixar que o seu
programa do governo fosse votado.
CONTEXTO: O PAIGC, embora com 57 deputados na ANP, já deixou de ter consensos
internos. Se a moção de confiança no Governo de Carlos Correia contou com 45
votos a favor (incluindo os três votos da UM e PCD), isto significa que pelo
menos 15 deputados do PAIGC já não se alinham com a sua direcção partidária.
Por isso, cabe ao PAIGC escolher o caminho certo para o diálogo e a sua
possível reunificação interna. E a confrontação não devia fazer parte da
equação. Aliás, foi ela que nos fez chegar a este ponto.
LEMBRAR: Já num
passado muito recente, a ANP aprovou por várias vezes (e por unanimidade)
moções de confiança no Governo de Domingos Simões Pereira, aquando das
divergências do ex-primeiro-ministro com o Presidente da República José Mário
Vaz.
“REALITY-CHECK”
(autodiagnóstico): Primeiro, devemos reconhecer que,
mesmo depois da independência nacional, o PAIGC nunca foi bom em lidar com os
seus adversários internos. Aliás, o PAIGC, historicamente, sempre contestou,
detestou (e até crucificou) qualquer pensamento oposto à sua filosofia
partidária interna. Basta vermos o actual quadro partido da Guiné-Bissau que é
resultante, na sua maioria, das fracturações, das cisões e das dissidências
oriundas do PAIGC.