quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ANÁLISE DE ÚMARO DJAÚ

 
O ESSENCIAL: O PAIGC, ao reconhecer a insuficiência dos votos para fazer passar o seu programa do Governo, decidiu submeter uma moção de confiança, em vez de deixar que o seu programa do governo fosse votado.
CONTEXTO: O PAIGC, embora com 57 deputados na ANP, já deixou de ter consensos internos. Se a moção de confiança no Governo de Carlos Correia contou com 45 votos a favor (incluindo os três votos da UM e PCD), isto significa que pelo menos 15 deputados do PAIGC já não se alinham com a sua direcção partidária. Por isso, cabe ao PAIGC escolher o caminho certo para o diálogo e a sua possível reunificação interna. E a confrontação não devia fazer parte da equação. Aliás, foi ela que nos fez chegar a este ponto.
LEMBRAR: Já num passado muito recente, a ANP aprovou por várias vezes (e por unanimidade) moções de confiança no Governo de Domingos Simões Pereira, aquando das divergências do ex-primeiro-ministro com o Presidente da República José Mário Vaz.
“REALITY-CHECK” (autodiagnóstico): Primeiro, devemos reconhecer que, mesmo depois da independência nacional, o PAIGC nunca foi bom em lidar com os seus adversários internos. Aliás, o PAIGC, historicamente, sempre contestou, detestou (e até crucificou) qualquer pensamento oposto à sua filosofia partidária interna. Basta vermos o actual quadro partido da Guiné-Bissau que é resultante, na sua maioria, das fracturações, das cisões e das dissidências oriundas do PAIGC.