O presidente de Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, suspendeu a sessão parlamentar de debate do programa de governo para amanhã (terça-feira), após dez horas de debate do documento apresentado por primeiro-ministro, Carlos Correia.
A decisão de Cassamá vem na sequência do pedido feito pelo líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seidi, depois de uma longa concertação da sua bancada para “acertar as posições” sobre o acto de votação do documento.
Em declaração a’O Democrata, Califa Seidi explicou que pediram a suspensão da sessão para ser retomada amanhã para permitir que a bancada do seu partido (PAIGC) continue a concertação e definir uma posição sobre a votação do programa de governo.
Questionado sobre o impacto da divergência que se regista na sua bancada, em relação a votação do progama, respondeu que estão a concertar para analisar a referida situação e tomar uma posição sobre a mesma.
O líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Certório Biote, disse que foram apanhados de surpresa com a decisão do presidente da ANP que decidiu suspender a sessão para amanhã.
“Como podem ver o primeiro-ministro pediu a moção de confiança ao parlamento e o documento estava a ser analisado, até a bancada do PAIGC pediu a concertação. O presidente do parlamento teve a infelicidade de suspender a sessão, portanto para nós essa atitude é antidemocrático e não devia ser ele a ter essa atitude”, lamentou.
Este dirigente da maior formação política na oposição com 41 dos 102 deputados no hemiciclo guineense, lembrou que seu partido (PRS) através da sua bancada parlamentar considera o governo de Carlos Correia de ilegal e vai manter a sua posição.
De referir que o programa de governo ora apresentado é a continuidade do mesmo apresentado pelo ex-Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, e é assente em quatro principais eixos, designadamente: a consolidação do Estado de direito democrático; a promoção da boa governação; a reforma das instituições do Estado e a promoção do crescimento económico, redução da pobreza
Por: Aissato Só/Assana Sambú