GUINÉ-BISSAU: PAIGC EM GUERRA ABERTA
Na Guiné-Bissau o bureau político do PAIGC esteve reunido depois de um grupo de dirigentes contestatários ao líder do principal partido no país, terem dado 24 horas a Domingos Simões Pereira para a abandonar o cargo. Entre outras decisões, o bureau decidiu mandatar o Conselho de Jurisdição a analisar os procedimentos estatutários visando sancionar os deputados que se abstiveram durante a votação do programa do governo no parlamento, na semana passada. Aristides Ocante da Silva, antigo ministro e membro do PAIGC comenta esta decisão. OUVIR
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O PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, tem estado
reunido ao nível do bureau político. Porém o grosso dos dirigentes que
contestam a presidência de Domingos Simões Pereira não participaram na reunião.
O presidente do PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau
reagiu à contestação de que é alvo no seu partido, lamento a ausência da
reunião dos contestatários e assumindo uma postura de diálogo.
Domingos Simoes Pereira falava no âmbito da reunião do
comité central a ter lugar na capital.
O partido esteve durante toda tarde e noite de terca-feira
reunido no seu ´bureau´ politico, sem, contudo, a presenca do grosso dos
dirigentes que contestam a lideranca de Simoes Pereira.
O ´bureau´ politico, entre outras decisoes, mandatou o
Conselho de Jurisdicao (o tribunal do partido) a analisar os procedimentos
estatutários, visando sancionar os deputados do PAIGC que se posicionaram
contra o Programa do Governo no Parlamento, no passado dia 23 deste mês.
A reunião do Comite Central, órgão máximo entre Congressos, que
devia arrancar hoje, ficou adiada para o mês de Janeiro.
Domingos Simões Pereira fora demitido em Agosto do cargo de
primeiro-ministro pelo presidente José Mário Vaz, que alegara haver uma
incompatibilidade com o chefe do executivo.
Com a abstenção de 15 deputados do PAIGC na passada semana
no parlamento aquando do debate sobre o programa do governo uma nova cisão veio
ao de cima no histórico partido guineense.
Estes ontem utilizaram argumentos idênticos aos de José
Mário Vaz, presidente da república, também saído das fileiras do PAIGC, que
acusara o líder do PAIGC de nepotismo e de envolvimento em casos de corrupção.
Com a colaboração de Mussá Baldé, correspondente em
Bissau