quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

BURUNDI: PRESIDENTE NKURUNZIZA AMEAÇA RECORRER À FORÇA CONTRA AS TROPAS DA UA

 
Bujumbura - O presidente burundês, Pierre Nkurunziza, lançou nesta quarta-feira um virulento aviso contra o envio das tropas da União Africana (UA) para o seu país.
 
O presidente preveniu que o Burundi vai se opor pela força aos que auguram mal o prosseguimento do diálogo inter-burundês.
 
Bujumbura tinha já rejeitado o anúncio pela UA, em meados de Dezembro de 2015, da criação de uma Missão Africana de Prevenção e de Protecção no Burundi (MAPROBU) advertindo que caso o contingente seja desdobrado sem o seu consentimento, ele será considerado como “uma força de invasão e de ocupação”.
 
Mas Nkurunziza, que não se tinha exprimido publicamente sobre esta questão, mostrou-se muito mais explicito durante uma conferência de imprensa aberto hoje ao público, em  Gitega, no centro do país.
 
 "Todo o mundo deve respeitar as fronteiras do Burundi. Se as tropas (da UA) vierem (..) e atacarem o Burundi. Cada burundês deve levantar-se para as atacar. O país será atacado e nós as combateremos”, afirmou Nkurunziza em kirundi, a língua nacional.
 
O presidente burundês evocou várias razões para a recusa da MAPROBU - que deverá contar com 5.000 homens – uma das quais refere-se que “não se pode enviar tropas num país se o Conselho de Segurança das Nações Unidas não as aceitar”.
 
Sublinhou que a resolução das Nações Unidas (votada em meados de Novembro, ndlr) diz que a comunidade internacional deve respeitar  as fronteiras do Burundi.
 
A União Africana submeteu a sua proposta à ONU. A presidente da Comissão da União Africana , Nkosazana Dlamini-Zuma, escreveu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para lhe pedir “apoio total” das Nações Unidas sobre esta matéria.
 
O Conselho de Segurança (CS) ainda não se pronunciou sobre esta iniciativa, mas tudo indica que o CS “tomou nota com interesse”, mas nenhum pormenor foi fornecido sobre a maneira e a data do desdobramento da MAPROBU. Fonte: Aqui