Leia em Francês: Gambie : Jammeh limoge son ambassadeur au Sénégal - jeuneafrique.com Banjul - O presidente cessante da Gâmbia, Yahya Jammeh, exonerou esta semana, Mamodou Njie, seu embaixador em Dakar, que o havia publicamente apelado a entregar de forma pacífica o poder à Adama Barrow, noticiou a Juene Afrique.
Numa nota oficial enviada as embaixadas e as instituições internacionais baseadas em Dakar, datada de 04 de Janeiro, a embaixada da Gâmbia no Senegal anuncia que o seu embaixador, Momodou Njie, foi exonerado "pelo seu governo".
O documento acrescenta que à direcção da embaixada passa a ser assegurada pelo seu primeiro secretário.
Nenhuma explicação especial em relação a esse procedimento foi dado, mas tudo leva a crer que Momodou Njie, que chegou em Agosto último à Dakar, deverá estar a pagar pela sua tomada de posição a favor de uma transmissão de poderes pacífica entre Yahya Jammeh e Adama Barrow, o vencedor da eleição presidencial de 01 de Dezembro.
Após a revira-volta de Jammeh sobre os resultados desse escrutínio histórico, Momodou Njie e dez embaixadores da Gâmbia no estrangeiro, dos quais o de Pequim, Bruxelas, Addis Abeba, ou ainda Nova Iorque, assinaram a 18 de Dezembro uma carta pública solicitando ao presidente cessante a vergar-se ao veredicto das urnas.
"Nós, os embaixadores da Gâmbia, exortamo-lhe a aceitar a escolha do povo gambiano e facilitar uma transferência pacífica do poder ao presidente eleito, Adama Barrow", pode ler-se nesse documento.
O texto comum faz também referência à uma tomada de posição similar de Sheikh Omar Faye, embaixador da Gâmbia nos Estados Unidos que, na sua carta postada a 13 de Dezembro na sua página Facebook, solicitava também à Jammeh a aceitar a sua derrota e reconhecer Adama Barrow, como o novo presidente do seu país, tendo sido detimido seis dias mais tarde.
Numa altura em que vários outros seus colegas signatários conheceram a mesma sorte nesses últimos dias, como o embaixador na Gâmbia em Bruxelas, Momodou Njie, acabou visivelmente por pagar pela sua tomada de posição contra Jammeh, que continua a insistir de se manter no poder à alguns dias do fim oficial do seu mandato, a 18 de Janeiro.
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