domingo, 1 de janeiro de 2017

NOVOS CAMINHOS DA PROSTITUIÇÃO CABO-VERDIANA VÃO DAR A LUANDA


5000 dólares/programa
Esta reportagem de Ocean Press, é como o vinho do Porto! Essas práticas devem ser sempre denunciadas.
 
Ponto a reter: “Cinco mil dólares até nem é muito. Eu já ouvi falar de quantias mais elevadas e conheço pessoas que já frequentaram festas que se transformaram em orgias com Cabo-verdianas”.
 
Munidas de vistos de turismo com validade de três meses renováveis elas partem principalmente de São Vicente, Sal e Santiago em busca do sonho de melhorar a vida em território angolano.
 
Há quem diga que Luanda já não é o que era e que explorar o petrodólar angolano não é hoje tão fácil como acontecia há pelo menos dez anos. No entanto, há um nicho de mercado que chega a render cinco mil dólares por uma noite.
 
A prostituição Cabo-verdiana em Angola.
 
A reportagem do Ocean Press esteve recentemente de visita à capital angolana onde foi informada de que há cada vez mais jovens Cabo-verdianas, algumas com um grau elevado de escolaridade, a enveredar pelo mundo da prostituição como forma de fugir às estatísticas do desemprego em Cabo Verde.
 
Conversamos com um Cabo-verdiano residente em Luanda há vários anos que nos confirma este facto.
 
Indagamos se se trata de prostituição forçada como denunciava há algum tempo atrás um jornal da praça, mas, a nossa fonte garante que não é isso que vê.
 
“Que eu saiba quem é traficado fica privado dos seus documentos mas, as meninas com quem me cruzei estão sempre na noite, frequentam os espaços mais in da cidade de luanda e também os mais caros. Circulam sempre acompanhadas de homens poderosos e endinheirados e nas discotecas e pubs estão sempre na área VIP – very important people”.
“Quem vive em Luanda sabe que para sustentar essa vida da noite é preciso ganhar muito dinheiro”, esclarece a mesma fonte que ao reconhecer algumas raparigas de Cabo Verde tentou meter conversa.
 
“Elas ficaram afastadas e recusaram ficar perto de nós. Foi então que o meu amigo, indicou outra moça também Cabo-verdiana, e disse aquela é uma espécie de chefe delas. Elas estão aqui para identificar possíveis clientes”.
 
“Se estivessem aqui forçadas penso que não teriam tantas liberdades nem regressariam com tanta frequência”, acrescenta explicando que elas permanecem em Angola o tempo do visto e regressam a Cabo Verde apenas `para o renovar e regressar a Angola.
 
A oportunidade para as Cabo-verdianas surgiu recentemente após ter sido descoberta uma rede de prostituição que levou várias dançarinas brasileiras a Luanda.
 
Prostitutas brasileiras já não são bem-vindas em Angola
 
Bento Kangamba, o empresário angolano acusado de ser responsável por essa rede chegou de ser procurado pela Policia Internacional – Interpol mas, o facto de ser casado com uma sobrinha do Presidente José Eduardo dos Santos valeu-lhe o silenciamento do caso embora, possa ter causado o declínio do negócio das prostitutas do Brasil.
 
O caldo entornou com um telefonema anónimo a uma das prostitutas brasileiras e que invadiu as redes sociais. Durante a conversa o suposto cliente fica a saber onde elas vivem, quantas são e quanto cobram pelo serviço.
 
“Cinquenta mil kwanzas, cerca de 500 dólares americanos por cerca de uma hora  e meia de prazer”.
 
Mas este montante pode facilmente dobrar ou até triplicar, explica a interlocutora ao suposto cliente.
 
“Se quiser estar com mais do que uma pessoa ou ter mais regalias”.
 
A publicação desta conversa nas redes sociais há cerca de um mês causou indignação e “levantou a poeira” debaixo do tapete e os governantes do País que se intitula defensor da moral, dos valores da familia e dos bons costumes foi obrigado a tomar uma atitude.
 
Com o negócio descoberto, Larissa e amigas não se fizeram rogadas e deram o troco.
 
Ameaçaram publicar na internet uma lista com nomes dos grandes generais e homens do poder angolano que eram clientes frequentes.
 
O escândalo foi rapidamente encoberto mas, porque as brasileiras deram muito nas vistas o mercado, começou a interessar-se por mulheres de outras nacionalidades.
 
Cubanas, moçambicanas e, claro está, Cabo-verdianas.
 
Comprar casa com dinheiro da prostituição
 
Munidas de vistos de turismo com validade de três meses renováveis, elas partem principalmente de São Vicente, Sal e Santiago em busca do sonho de melhorar a vida em território angolano.
 
Em alguns meses já há quem conseguiu angariar o suficiente para adquirir um apartamento em Cabo Verde e ajudar a família.
 
Informações não confirmadas dão conta que a prostituição brasileira chegou a render em pouco tempo mais de cem mil dólares por mês mas já há Cabo-verdianas que conseguem auferir a módica quantia de cinco mil dólares por apenas uma noite.
 
Um montante que para o rendimento per capita Cabo-verdiano já é bastante simpático.
 
“E têm vários clientes por aquilo que consegui apurar”, conta fonte do Ocean Press.
 
Talvez assim se explique como já há jovens Cabo-verdianas adquirindo apartamentos em Cabo Verde com apenas três a seis meses de trabalho.
 
Imprensa angolana tem receio de abordar o tema
 
À conversa com um jornalista angolano ficamos a saber que o tema é tabu em Angola e que apesar de saber exactamente o que se está a passar e quem são os grandes homens de Angola envolvidos neste negócio da prostituição, a maior parte dos jornalistas faz autocensura e evita falar sobre o tema.
 
Mesmo assim, o nosso interlocutor esclarece.
 
“Cinco mil dólares até nem é muito. Eu já ouvi falar de quantias mais elevadas e conheço pessoas que já frequentaram festas que se transformaram em orgias com Cabo-verdianas”.
 
Protegidas por pessoas muito influentes, “malta rija” como prefere chamar a nossa fonte e colega jornalista, elas moram na zona nobre da cidade de Luanda, o recém criado Talatona onde se concentram vários condomínios fechados com as rendas mais caras da cidade, o centro comercial e de conferências, Belas, e onde nasceu a denominada cidade financeira.