Um grupo de investigadores americanos analisou o impacto da quimioterapia em pacientes com cancro da mama e concluiu que o tratamento aumenta a probabilidade de as células do cancro da mama migrarem para outras partes do corpo.
A quimioterapia é, muitas vezes, a primeira opção de tratamento para doentes com cancro da mama, em alternativa ou como complemento à cirurgia. No entanto, cientistas da Universidade de Medicina Albert Einstein, de Nova Iorque, estudaram o efeito desta medicação e chegaram à conclusão de que não só esta é uma solução apenas a curto prazo, como pode mesmo revelar-se perigosa e contraproducente.
A investigação sugere que, apesar de promover a redução do tamanho dos tumores, a quimioterapia abre também caminho às células cancerígenas para entrarem na corrente sanguínea, provocando não só o aparecimento de metástases como aumentando as hipóteses de voltar a aparecer e ainda mais forte.
Em declarações ao Telegraph, George Karagiannis, principal autor do estudo, publicado na última quarta-feira, sublinha que estas conclusões não devem levar os pacientes a não procurarem tratamento, mas defende a criação de uma forma de monitorizar melhor o comportamento dos tumores em doentes submetidos a quimioterapia.
Admistrada oralmente ou por via intravenosa, a medicação é vista atualmente como uma forma eficaz de atacar as células cancerígenas que possam ter-se afastado do tumor. Mas este não é o primeiro estudo a alertar que a quimioterapia pode desencadear casos de cancro secundários. Em 2012, um estudo do Centro Fred Hutchinson para a Investigação sobre o Cancro concluiu que a quimioterapia ativa células saudáveis para alimentar o crescimento do tumor.
Sobre a investigação mais recente, George Karagiannis explica que a sua equipa está já a estudar outros tipos de cancro para ver se os efeitos verificados no cancro da mama se repetem.
Fonte: Visão, in http://www.msn.com