O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje(10 Julho) um melhor acordo de pesca com a União Europeia, sublinhando que as autoridades guineenses não se podem contentar "com migalhas".
"Se notarem bem, com a União Europeia é a primeira vez que estamos a negociar há mais de dois meses o acordo de pesca. Se se dá à Mauritânia um bom dinheiro, nós não podemos contentar-nos com migalhas", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O primeiro-ministro guineense falava aos jornalistas no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, antes de viajar para Addis Abeba, Etiópia, para participar numa reunião do conselho de paz e segurança da União Africana.
"O peixe é nosso, ninguém vem cá e apanha e leva. Nunca. Eu jurei pela bandeira nacional, enquanto militar, defender este país que não vou trocar nunca com nenhum outro país", afirmou.
Na semana passada, o ministro das Pescas da Guiné-Bissau, Orlando Viegas, confirmou que o país e a União Europeia não chegaram a acordo quanto aos valores que os europeus querem pagar para continuarem a pescar nas águas guineenses.
O ministro explicou que as divergências não foram ultrapassadas nas quatro rondas negociais realizadas em Bissau, Lisboa e Bruxelas, com o Governo guineense a achar "pouco o que a União Europeia paga para ter acesso aos recursos".
Cerca de 40 navios de Portugal, Espanha, Itália, Grécia e França pescam nas águas guineenses espécies como atum, cefalópodes (polvos, lulas, chocos), camarão e espécies demersais (linguados e garoupas).
Em contrapartida, a União Europeia paga à Guiné-Bissau uma compensação financeira de 9,5 milhões de euros, verba que o atual Governo considera insuficiente e que pretende aumentar.
O acordo termina em novembro.