O Presidente da República, José Mário Vaz, garantiu hoje, 19 de setembro 2017, apoio aos camponeses guineenses para ‘matar’ a fome no país. Na perspectiva do Presidente da República, “não temos outra saída neste país, a não ser optarmos por ‘deitar mãos à obra’ e trabalhar para o desenvolvimento e autossuficiência alimentar na Guiné-Bissau”.
A chama de atenção do Chefe de Estado guineense foi feita depois de uma série de visitas realizadas esta manhã no sector de Quinhamel, região de Biombo, no norte do país, com o intuito de visitar as bolanhas e constatar ‘in loco’ as dificuldades dos camponeses como também os trabalhos já realizados.
Na sua deslocação a essas localidades José Mário Vaz fez-se acompanhar do titular da pasta da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nicolau dos Santos, do ministro do Estado e do Interior, Botche Candé, bem como dos elementos do seu Gabinete e Conselheiros. O Presidente da República iniciou a visita na bolanha de Cupul (Quinhamel), onde constatou a situação dos diques danificados pela água salgada. Depois de Cupul, a comitiva visitou as bolanhas de Geriqui, Quisseni e por último visitou a bolanha de Cupedo, um espaço agrícola com uma área agrária de 104 hectares.
Na sua curta declaração depois de visitar às bolanhas, José Mário Vaz disse que ficou contente com aquilo que viu e com os trabalhos feitos. Sublinhou, no entanto, que a sua iniciativa de criar a Fundação “Mon na Lama” é um sonho de há muitos anos e que visa intervir no sector agrícola. Contudo advertiu que apenas sonhar sem trabalhar é difícil alcançar resultados concretos.
“Apesar de termos iniciado muito tarde e as dificuldades registadas no terreno, sobretudo em relação às pessoas que trabalham no campo, senti que realmente as pessoas decidiram pôr as mãos na lama e constatamos isso em todos os sítios visitados. Infelizmente hoje visitamos dois sítios. O primeiro que visitámos foi Cupul. Em 2009 conseguimos mobilizar recursos necessários para fazer face à situação das bolanhas e particularmente o problema dos diques. Infelizmente, às vezes as pessoas não ajudam. No entanto, é bom que as pessoas façam um bocado de esforço e colaborem quando o governo faz algum esforço da sua parte”, advertiu o Chefe de Estado.
Relativamente às outras bolanhas visitadas, explicou que constatou que a região de Biombo se depara com um problema sério que requer a atenção e apoio de toda a gente a fim de ultrapassar a situação que se regista nas bolanhas da região. Frisou ainda que a região perdeu muitas bolanhas, e que é preciso conseguir recursos que ajudem na resolução da situação das bolanhas.
“O futuro da Guiné-Bissau é só na agricultura, porque sem agricultura não vamos a lado nenhum. A maioria das pessoas que nos acompanhou nestas visitas chegou á mesma conclusão, de que não temos outra saída a não ser pôr as mãos na lama”, aconselhou o Presidente José Mário Vaz.
O ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nicolau dos Santos, anunciou na ocasião que o executivo vai trabalhar seriamente na recuperação das bolanhas degradadas e reconheceu que o ministério de agricultura é a entidade responsável por resolver os problemas das bolanhas.
Neste sentido agradeceu a ajuda do Chefe de Estado que tem apoiado o executivo na cobertura de algumas necessidades e na resolução das dificuldades que os camponeses enfrentam, sobretudo nas zonas onde ocorreram as inundações.
O régulo de Cupedo, Armando Indique Djú, apelou à população guineense a apostar mais no trabalho, porque apenas o trabalho é que dignifica um povo.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche