Dakar - Os deputados da oposição senegalesa protestaram nesta quinta-feira, durante a sessão inaugural da nova Assembleia nacional, contra a manutenção em prisão do prefeito de Dakar, Khalifa Sall(na foto), impedido de tomar posse, apesar da sua eleição nas legislativas de 30 de Julho, noticiou a AFP.
Em detenção desde 07 de Março, o eleito não pode estar presente na sessão inaugural da nova assembleia, "não obstante sua imunidade parlamentar", denunciou na tribuma do hemiciclo um deputado da sua coligação, Cheikh Bamba Dièye.
Trata-se de uma "violação flagrante" dos seus direitos, acrescentou Dièye, sob os apupos dos deputados da maioria.
Opositor ao presidente Macky Sall, do qual deverá ser um dos seus concorrentes as presidenciais em 2019, Khalifa é acusado de "desvio de fundos públicos, devendo responder por despesas "não justificadas" de mais de 2,7 milhões de euros subtraidos durante muitos anos, segundo a justiça, dos cofres da sua prefeitura, o que o mesmo nega.
Prefeito de Dakar desde 2009, foi deputado a frente de uma coligação de vários partidos da oposção nas legislativas largamente ganhas pela maioria presidencial.
Outro opositor de peso ausente esta quinta-feira, o antigo presidente Abdoulaye Wade (2000-2012), 91 anos, que tinha anunciado à semana passada, que renunciaria o exercício do seu mandato de deputado.
O presidente da Assembleia nacional cessante, Moustapha Niasse, e sem surpresa, foi reconduzido nas suas funções.
Os deputados rederam, por outro lado, homenagem à uma figura de peso da política senegalesa, Djibo Leyti Kâ, falecido esta quinta-feira, em Dakar, por doença.
Djibo Leyti Kâ, nascido em 1948, numa famíla de criadores de gado no norte do Senegal e diplomado pela Escola nacional de administração de Dakar, foi colaborador de quatro chefes de Estado, que o Senegal conheceu desde a sua independência.
Após ter sido director de gabinete de Léopold Sédar Senghor (1960-1980), foi ministro dos seus sucessores Abdou Diouf (1981-2000) e Abdoulaye Wade (2000-2012), em diferentes departamentos dos quais o Interior, Negócios Estrangeiros e Educação nacional.
Foi igualmente candidato as eleições presidenciais de 2000.
Fonte: Angop