Abuja- Combatentes do Boko Haram tomaram sábado último uma importante base que albergava 700 militares no Estado de Yobe (Nordeste) da Nigéria, na sequência de intensos combates, noticia o ?Jeune Afrique? na sua edição de domingo.
Sábado, às 19h30, o Boko Haram atacou os 70 militares da 81º divisão avançada, na localidade de Jilli, distrito de Geidam, e tomaram o controlo da base, depois de duros combates que se prolongaram até as 21H10», declarou à AFP uma fonte militar.
O comandante da base e 63 soldados refugiaram-se em Geidam, a 60 quilómetros do local dos confrontos.
É o segundo ataque de envergadura dos djiadistas, em dois dias contra as forças governamentais, no Nordeste, uma região que tinha entrado na fase de estabilização pós conflito, segundo o Presidente Muhammadu Buhari.
Um chefe de uma milícia local atribuiu o ataque da base à facção Abou Musab Al-Barnawi, do Boko Haram, que flagela as forças nigerianas, a partir do Lago Tchad, depois de passar por Gubio, Estado vizinho de Borno.
Vinte e três soldados continuam desaparecidos.
A envergadura e a sofisticação dos ataques do Boko Haram revela a ameaça que o grupo terrorista faz pairar no Norte da Nigéria, mas pode também revelar as tensões no seio do grupo armado, segundo Yan St-Pierre, da sociedade Modern Security Consulting, baseada em Berlim.
Provavelmente, os combatentes do Boko Haram estão a tentar impor-se sobre os outros, para depois controlar a facção dirigida por Abubaker Shekau, chefe histórico do grupo tido como gravemente doente, sublinhou.
Para o analista, a substituição de um chefe quase místico, dá sempre lugar a combates para determinar o seu sucessor.
Independentemente daquilo que as autoridades nigerianas dizem, o Boko Haram pode ainda contar com um fluxo de combatentes para reconstituir as suas forças, alertou.
O recrudescimento da violência pressionou o Presidente Muhammadu Buhari, que havia prometido melhorar a segurança no país.
A insurreição do Boko Haram, que quer criar um califado islâmico no Norte da Nigéria, já causou 20 mil mortos e mais de 2,6 milhões de deslocados.