O pessoal humanitário que trabalha na República Centro-Africana (RCA) revelou que, apesar das negociações de paz, os civis continuam a ser vítimas do fogo cruzados dos combates em curso no país.
De acordo com um comunicado divulgado em Nova Iorque, 26 civis foram mortos na semana passada, quando confrontos entre grupos armados desembocaram num ataque contra a aldeia de Batangafo, na zona de Ouham.
As autoridades humanitárias da ONU disseram que, apesar das recentes negociações de paz em Brazzaville, os confrontos entre grupos rivais continuam, fazendo um pesado balanço de vitimas entre os civis.
Segundo o comunicado, a insegurança constante é ainda mais alarmante e tem um impacto direto sobre os esforços de ajuda na RCA, onde seis trabalhadores humanitários foram mortos desde que os combates atingiram o seu auge, em dezembro passado.
Cerca de 527 mil pessoas continuam deslocadas dentro do país, das quais 102 mil em Bangui, enquanto mais de metade da população (2,5 milhões de pessoas) precisa de assistência humanitária.
A nota acrescenta que, para além da perigosa situação de segurança, os esforços dos grupos de ajuda são dificultados pela falta de financiamento, com menos de 40% dos 565 milhões de dólares americanos necessários para 2014 recebidos até agora.
Na semana passada, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou que a falta de fundos limita profundamente os esforços para prestar assistência de sobrevivência aos refugiados. O ACNUR observou também que existem problemas de alojamento, abastecimento de água, saneamento e higiene a níveis particularmente preocupantes, agora que a estação das chuvas começou.
A RCA está mergulhada numa crise alimentada por ataques intercomunitários entre o grupo antibalaka e os ex-rebeldes Seleka, depois da expulsão destes últimos do poder, em janeiro de 2014. Fonte: Aqui