sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SENEGAL: JULGAMENTO DE FILHO DE EX-PRESIDENTE SENEGALÊS SUSPENSO ATÉ SEGUNDA-FEIRA


Dakar, - O julgamento de Karim Wade, filho do ex-Presidente senegalês Abdoulaye Wade e ex-ministro da Cooperação Internacional, Infra-estruturas e Transportes (2009-2012), por enriquecimento ilícito foi suspenso até à próxima segunda-feira.

Karim Wade deverá justificar a origem da sua fortuna estimada em 117 biliões de francos CFA (mais de 238 milhões 831 mil dólares americanos - USD 1.00 equivale a Kz 100.00), das suas oito "viaturas de luxo" e das suas duas casas adquiridas enquanto ele era ministro durante o regime do seu pai (2000-2012).

Detido no Centro de Detenção e Correção de Dakar há 15 meses, Karim Wade, de 46 anos, é igualmente acusado de possuir fraudulentamente contas bancárias em paraísos fiscais e empresas aeroportuárias.

Iniciado esta quinta-feira em Dakar no Tribunal de Repressão do Enriquecimento Ilícito (CREI), o julgamento foi suspenso por duas vezes.

A primeira suspensão devia permitir ao Tribunal estatuir sobre o caso de um dos sete co-réus, Ibrahim Khalil Bourgi "Bibo Bourgi", ausente por razões de saúde.

O presidente do Tribunal, o juiz Henry Grégoire Diop, emitiu um mandado a Bourgi, que foi transportado ao Palácio de Justiça por guardas penitenciários.

A segunda suspensão, que durou mais de duas horas, seguiu-se a um incidente entre os advogados do Estado e os da defesa sobre questões de procedimentos.

Os advogados do Estado contestavam a validade da constituição de alguns advogados  de Karim Wade, nomeadamente os ex-ministros do precedente regime Amadou Sall, Madické Niang, Souleymane Ndéné Ndiaye e Alioune Badara Cissé.

Caso seja considerado culpado, Karim Wade incorre numa pena de cinco a 10 anos de prisão.

O filho do ex-Presidente Abdoulaye Wade é defendido por um polo de 50 advogados, dos quais vários estrangeiros.

A primeira sessão do julgamento de Karim Wade realizou-se na presença da sua mãe, Viviane Wade, e de representantes de várias organizações de defesa dos direitos humanos.