O Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Mário Lopes da Rosa, disse no passado sábado que os “emigrantes representam, na realidade, mais de vinte por cento da população guineense no exterior, e que cada um deles em qualquer país é embaixador da Guiné-Bissau nas suas respectivas comunidades”. Mário Lopes da Rosa falava a’O DEMOCRATA na cerimónia de abertura do primeiro encontro de confraternização dos emigrantes guineenses que estão no país em férias, no espaço cultural Paiam.
Mário Lopes da Rosa assegurou ainda na sua intervenção, que a responsabilidade dos emigrantes é maior porque a imagem do país não é representada oficialmente apenas pelas embaixadas, sustentando que o Governo vai fazer tudo o que for possível para minimizar as preocupações e aliviar as condições de regresso à pátria guineense. Acrescentou também que nos últimos tempos, a emigração tem contribuído enormemente, na organização das nossas finanças públicas, sobretudo durante conflito político de 1998 quando a administração estava paralisada, mas graças aos emigrantes o dinheiro circulou. Isso um teve impacto enorme.
O governante explicou ainda que o Governo cabo-verdiano decidiu pela segunda vez ceder documentos a todos os guineenses radicados em Cabo Verde. Na sua opinião, trata-se de um gesto bastante importante e significativo para os nossos concidadãos.
Aproveitou ainda a ocasião para apelar aos emigrantes no sentido de respeitarem as leis e a ordem do país de acolhimento. Informou também que o Governo está preparar um conjunto de dispositivos que recentemente vai pôr em prática para que os emigrantes possam acompanhar diariamente a evolução política do nosso país.
Em Representação dos Emigrantes, Leotema Gomes Jumpe, afirmou que o gesto do Governo mostra claramente o seu empenho e atenção para com a diáspora guineense, que representa mais de vinte por centos da população.
Estima-se em cerca de duzentas e setenta e sete mil o número emigrantes guineensesresidentes no estrangeiro, um número muito importante.
Leotema Gomes assegurou ainda que apesar destes números serem significativos, a situação dos emigrantes é problemática e multidimensional. E deparam com vários problemas tanto no estrangeiro como no seu país, entre os quais taxas alfandegárias muito elevadas, terrenos vendidos aos emigrantes que depois são revendidos pelos antigos donos ou por terceiros.
No entender da representante dos emigrantes, estas situações exigem uma resposta muito clara através do engajamento total por parte do Governo.
“O emigrante é importante na nossa sociedade actual. As suas remessas ajudam a manter a sustentabilidade económica e familiar e contribuem largamente para o aumento do produto interno bruto. Por isso o Governo deve procurar promover mecanismos de confiança do mercado e proporcionar orientação estratégica de segurança e investimento que permitam criar estabilidade e que sirva de incentivo para aqueles que querem e desejam investir no nosso país”.
Por: Aguinaldo Ampa
Fonte: odemocratagb.com