Bissau, 23 dez (Lusa) - Numa capital que muitas vezes está às escuras, é difícil não reparar quando se acendem as estrelas penduradas com ligações elétricas improvisadas nos postes de iluminação da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria e também no largo em frente à Assembleia Nacional Popular.
"É a primeira vez que vejo iluminação desta em Bissau", refere um jovem junto a uma das paragens de transportes coletivos da avenida, para logo a seguir ser corrigido.
Afinal, no tempo de Luís Cabral, primeiro presidente do país, na década de 70, houve iluminação na Avenida, recorda uma mulher sentada ali ao lado.
Os dois, como toda a gente que passa, põem os olhos nos homens que, pendurados num escadote no meio de uma das faixas de rodagem, colocam as últimas estrelas no sítio.
Apesar de a Guiné-Bissau ser um país de maioria animista e muçulmana, no Natal quase todos se juntam em festas de família, seja qual for a religião.
Por isso, quem quiser decoração em casa pode comprá-la ali mesmo, no meio da avenida: há vendedores de árvores de natal artificiais, com luz e fitas, por 27 mil francos CFA - cerca de 41 euros.
Ivo M'bai, 12 anos, e Ibraima Djaló, 13 anos, são dois desses vendedores que passam o dia a calcorrear as principais ruas da cidade com as "árvores" às costas, em busca de compradores.
Quem quiser pode também adquirir à parte uma caixa de iluminação de natal, por oito mil francos CFA, cerca de 13 euros.
Os dois rapazes garantem que as vendas nas ruas não os desviam dos estudos e que o que ganham usam para comprar roupas e sapatos.
Mas "havia mais dinheiro no ano passado", queixam-se ambos, quando se preparam para encarar mais uma rua antes de o dia acabar.
Malam, vendedor de artesanato, queixa-se do mesmo: "há menos dinheiro a circular"
"Agora, no governo, controlam mais o dinheiro. Pagam os salários" e não há desmandos que, segundo Malam, permitiam no passado que houvesse mais gente a cometer extravagâncias.
De qualquer maneira, não há dúvidas: nem que seja essa a razão da queda das vendas dos colares, pulseiras e estatuetas que carrega, o vendedor prefere "este governo" em vez "do regime de transição".
"Isso não", porque acredita que a estabilidade e o regresso à norma constitucional foram "as melhores prendas" que a Guiné-Bissau recebeu este ano.
LFO
Lusa/fim
"É a primeira vez que vejo iluminação desta em Bissau", refere um jovem junto a uma das paragens de transportes coletivos da avenida, para logo a seguir ser corrigido.
Afinal, no tempo de Luís Cabral, primeiro presidente do país, na década de 70, houve iluminação na Avenida, recorda uma mulher sentada ali ao lado.
Os dois, como toda a gente que passa, põem os olhos nos homens que, pendurados num escadote no meio de uma das faixas de rodagem, colocam as últimas estrelas no sítio.
Apesar de a Guiné-Bissau ser um país de maioria animista e muçulmana, no Natal quase todos se juntam em festas de família, seja qual for a religião.
Por isso, quem quiser decoração em casa pode comprá-la ali mesmo, no meio da avenida: há vendedores de árvores de natal artificiais, com luz e fitas, por 27 mil francos CFA - cerca de 41 euros.
Ivo M'bai, 12 anos, e Ibraima Djaló, 13 anos, são dois desses vendedores que passam o dia a calcorrear as principais ruas da cidade com as "árvores" às costas, em busca de compradores.
Quem quiser pode também adquirir à parte uma caixa de iluminação de natal, por oito mil francos CFA, cerca de 13 euros.
Os dois rapazes garantem que as vendas nas ruas não os desviam dos estudos e que o que ganham usam para comprar roupas e sapatos.
Mas "havia mais dinheiro no ano passado", queixam-se ambos, quando se preparam para encarar mais uma rua antes de o dia acabar.
Malam, vendedor de artesanato, queixa-se do mesmo: "há menos dinheiro a circular"
"Agora, no governo, controlam mais o dinheiro. Pagam os salários" e não há desmandos que, segundo Malam, permitiam no passado que houvesse mais gente a cometer extravagâncias.
De qualquer maneira, não há dúvidas: nem que seja essa a razão da queda das vendas dos colares, pulseiras e estatuetas que carrega, o vendedor prefere "este governo" em vez "do regime de transição".
"Isso não", porque acredita que a estabilidade e o regresso à norma constitucional foram "as melhores prendas" que a Guiné-Bissau recebeu este ano.
LFO
Lusa/fim