domingo, 4 de setembro de 2016

PARA AUTOR DO MAPA DA VIOLÊNCIA, NEGROS SÃO OS "MATÁVEIS" NO BRASIL

 
Da Redação, com informações do Programa "Profissão Repórter" - TV Globo


S. Paulo – Três Estados do nordeste - Alagoas, Bahia e Maranhão - são os que mais matam jovens negros no Brasil, segundo aponta a edição deste ano do Mapa da Violência. O Mapa, que é feito anualmente desde 1988, é coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, a partir de dados do IBGE e do Ministério da Saúde.
 
Desde a primeira edição a realidade se repete: negros são as vítimas preferenciais, a ponto de Jacobo, afirmar ao repórter Caco Barcellos, editor do Programa “Profissão Repórter” da TV Globo, que no Brasil criou-se uma nova categoria de pessoas – os “matáveis” – os negros cujas mortes, na maioria dos casos, nem sequer chegam a ser apuradas pela Polícia e não se tornam processos para aplicação da Lei e punição dos responsáveis.
 
Alagoas
 
Alagoas é o Estado em que mais se mata negros. De cada 13 vítimas, 12 são negras. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, só este ano aconteceram 898 homicídios na região metropolitana de Maceió. Do total 896 eram negras, apenas duas das vítimas eram brancas.
 
Mesmo com esses números, o secretário de Segurança Pública de Alagoas, Paulo Lima Júnior, não se constrange em afirmar que a secretaria trabalha para combater o crime, independente da cor, classe social ou sexo ou idade.
 
A violência policial também é seletiva em relação a pessoas negras em Alagoas: nos últimos seis meses 42 pessoas foram mortas pelas forças policiais - todas eram negras.
 
Bahia
 
A Bahia aparece como o Estado que tem seis das 10 cidades mais violentas do país, com taxas de homicídio três vezes maior que a média brasileira. A maioria dos casos, que ocorrem, especialmente, em Salvador e nas cidades da região metropolitana, sequer se tornam processos, o que garante a impunidade dos responsáveis pelas mortes.
 
Maranhão
 
Já São Luís tornou-se a capital mais violenta do Brasil com uma taxa de 90 homicídios para cada 100 mil pessoas. A média brasileira é de 29 para cada grupo de 100 mil.