quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CÔTE D'IVOIRE: PROCESSO CONTRA SIMONE GBAGBO PROSSEGUE SEM SUA PRESENÇA NAS AUDIÊNCIAS


Abidjan - O processo por crimes contra humanidade que é acusada a antiga primeira-dama ivoiriense, Simone Gbagbo, vai prosseguir sem a presença dela e dos seus advogados de defesa nas audiências, decidiu quarta-feira o juiz presidente do Tribunal de Recurso, Boiqui Kouadjo.

Quarta-feira, Simone Gbagbo recusou-se comparecer e os seus advogados estavam ausentes na audiência.

O juiz Kouadjo decidiu que o julgamento pode continuar com os debates, mesmo com a sua ausência e dos seus mandatários, nomeando para o efeito advogados oficiosos.

Para isso, o magistrado notificou muitos advogados oficiosos e remarcou a audiência para o dia 28 de Novembro próximo.

Após ser notificada pelo tribunal, a esposa do antigo presidente da Côte d'Ivoire, Laurent Gbagbo, ele também detido mas em Haia (Holanda pelo Tribunal Penal Internacional) recusou-se em comparecer na audiência.  

"Já não quer vos ver, não quero saber de que quer que seja”, disse ela, na sua cela, ao oficial de diligência encarregue de transmitir-lhe a notificação do tribunal, segundo um documento lido na audiência pelo escrivão.

Simone Gbagbo recusa-se a comparecer, há muitas audiências em protesto contra a não convocação de muitas personalidade ivoirienses como testemunhas, das quais, o actual presidente da Assembleia Nacional e antigo chefe da rebelião, Guillaume Soro.

Ela exige também a comparência do antigo Primeiro-ministro, Jeannot Kouadio Ahoussou ou do antigo ministro, Charles Koffi Diby.

No entanto, a lei prevê que o presidente opte entre a força militar (coercibilidade) para que o acusado apareça ou o processo prossiga sem a presença do acusado quando a sua comparência não é necessária.

Seguindo a recomendação do procurador e das partes civis, o juiz decidiu para não usar a força.

"Se ela decidiu para nunca mais comparecer. Podemos dispensar a sua presença, como ela se exprimiu e os seus advogados, no início do processo a 31 de Maio de 2016”, comentou o procurador Aly Yéo.

Simone é acusada de ter cometido crimes durante a crise pós-eleitoral de 2010-2011, que causou mais de 3.000 mortos em cinco meses, após a recusa do seu marido Laurent Gbagbo de não reconhecer a vitória do actual presidente Ivoiriense, Alassane Ouattara, nas presidenciais de 2010.

Ela arrisca-se actualmente de uma primeira pena de 20 anos de prisão pelo crime de atentado contra a segurança de Estado. Fonte: Aqui