Fonte: gbissau.com
Seria bom que cada guineense abandonasse a sua zona de conforto habitual onde sempre teve respostas aos sucessivos insucessos pessoais e, abraçar a via soberana de paz e da guineendade. Se um ex-governante se sentir a necessidade de justificar o seu amor ou ódio para com a religião católica e/ou muçulmana, que o faça com toda a honestidade, sem hipocrisia e sem FINTAS CURTAS.
Por Adulai Djaló “Lai” | wyado@hotmail.com
A sociedade guineense conquistou o seu lugar no xadrez político e socio-cultural das Nações enquanto sociedade de homens e de mulheres despidos de todos os preconceitos raciais, religiosos, etc etc. Tanto assim que o Estado guineense, proclamado unilateralmente a 24 de setembro de 1973 em Madina de Bohé, se identifica como laico onde o homem pode gozar de todos os direitos universais e assumir a sua responsabilidade perante suas ações em prol do bem-estar coletivo.
Lamentavelmente, tenho constatado, a través da escrita no FB e em intercâmbio de correspondências telefónicas e de mensagens tidas entre guineenses, o recrudescência de posicionamentos quasi-extremistas assentes em argumentos explícitos e/ou nebulosos fundamentados numa pertença à duas das três crenças religiosas com maior adepto na Guiné-Bissau.
Amigos e quasi-irmãos se transformam, dia após dia, em seres estranhos com mente prenha de ódio e alma contaminada de pólvora prestes a acabar com o outro campo de fé e de prática religiosa assim que a oportunidade se revelar propícia…
Ora, a história regista páginas sombrias de conflitos interreligiosos fúteis e ignóbeis perpetrados ao longo da existência humana que culminaram em resultados abomináveis com consequências multiplicadoras desastrosas que a sociedade guineense não tem o direito e nem o luxo de reproduzir no TCHON SAGRADO DOS NOSSOS MÁRTIRES E PADIDAS, mais sim, ela tem a ocasião tão sonhada para tirar ilações desses conflitos e criar um modelo de convivência ímpar e invejável para a geração atual e a vindoura.
Obviamente, incumbe a classe intelectual dar o apoio indefetível aos verdadeiros políticos (temos poucos, mas, ainda existem) capazes de assumir tais desígnios com programas e estratégias bem concebidos e aplicáveis em cada centímetro quadrado onde existir uma alma viva guineense e em conformidade com a realidade do país que nos viu nascer.
Existe uma linha de demarcação inequívoca entre religião, instituição religiosa, fé religiosa e prática religiosa enquanto que, ser guineense é antes de tudo pensar e agir, de forma exemplar, com o nobre objetivo de fazer brilhar a Guiné-Bissau, guineenses e amigos. É importante não fugir dessa linha de pensamento e de ação!
Seria bom que cada guineense abandonasse a sua zona de conforto habitual onde sempre teve respostas aos sucessivos insucessos pessoais e, abraçar a via soberana de paz e da guineendade. Se um ex-governante se sentir a necessidade de justificar o seu amor ou ódio para com a religião católica e/ou muçulmana, que o faça com toda a honestidade, sem hipocrisia e sem FINTAS CURTAS. Seja la como for, o problema é dele e nunca deve ser um problema coletivo. Aliás, não devemos esquecer que o nosso Estado é laico!
Neste planeta que conta com mais de duas centenas de países, há seguramente a possibilidade de escolher um lugar melhor para viver condignamente. Por isso, teremos sempre muita dificuldade em compreender o guineense que ainda não percebeu e teme em não integrar um dos maiores desejos da sociedade guineense – viver entre irmãos em paz e sossego e assumir a reconstrução DI TCHON SAGRADO.
Jamais aceitaremos manipulações de cunho religioso intoxicar a nossa vivência secular enquanto africanos e guineenses unidos pela mesma causa.
Havemos de concluir majestosos projetos na PÁTRIA que nos viu nascer com e para a nossa juventude – o garante e a razão do nosso combate!
Guineensemente,Adulai Djalo – Lai (Canada)Montreal, 23 Novembro de 2016