Queremos que o PCD, PAIGC e demais partidos que contestam a nomeação de Úmaro Sissoko como novo Primeiro-Ministro, divulguem o acordo assinado em Conacri, onde consta o nome de Augusto Olivais, como a figura de consenso para chefiar o novo executivo guineense. Deixem de fazer politiquice, assinaram um acordo tão claro como azeite na água, agora não querem cumprir o que assinaram?
O Partido da Convergência Democrática repudia a posição assumida pelo Presidente da República de nomear Úmaro Sissoco Embaló como primeiro ministro e diz que não vai reconhecer qualquer Governo formado fora do quadro do Acordo de Bissau e Conacri.
Em comunicado assinado por Vicente Fernandes, líder de uma das alas que reclama a legitimidade do partido, o PCD diz que se associa as demais forças políticas do espaço de concertação, nomeadamente PAIGC, UM, PUN, MP e PST, na luta política para o cumprimento da vontade popular cristalizada pelo Acordo de Bissau e Conacri.
Neste sentido, o partido repudia o chama de “censura e total violação da liberdade de imprensa”, assim como clara instrumentalização quer da Televisão Pública da Guiné quer da Rádio Nacional com o objetivo de “silenciar as forças vivas da nação”.
No mesmo documento, o PCD diz ser surpreendido com decreto difundido nos órgãos de Comunicação Social, quando no campo político conturbado se esperava o empenho de José Mário Vaz na busca de uma solução consensual resultante da aplicação do Acordo de Bissau e Conacri.
Segundo o comunicado, o acordo de Conacri apontava para a nomeação de Augusto Olivais como futuro primeiro ministro.
“Por se tratar de uma decisão contrária aos esforços interno e internacionais, nesta conformidade, como parte signatária do acordo de Bissau e Conacri entende que o primeiro magistrado da nação, José Mário Vaz, vem desta forma violar flagrantemente o acordo, tornando-o inócuo e caduco”, acrescenta o documento do PCD.
O partido responsabiliza, no entanto, José Mário Vaz pelo agravar da crise política, económica e social que se advinha , com todas as consequências legais a manutenção do impasse político que poderá resultar de não aprovação pela Assembleia Nacional Popular quer do Programa do Governo quer Orçamento Geral do Estado que diz possam ter consequências desastrosas para o sectores laborar, da educação e Saúde.
Perante atual cenário político guineense, o partido diz não duvidar que a decisão do Chefe de Estado só leva a manutenção da crise acabando mais uma vez por reencaminhar o país ao caos político-institucional, minando a sua “credibilidade e as conquistas obtidas pelo Governo de inclusão e as esperanças renascidas com resultados da Mesa Redonda de Bruxelas”, assinala o comunicado.
Por: Filomeno Sambú