terça-feira, 10 de janeiro de 2017

SELEÇÃO DA GUINÉ-BISSAU A CAMINHO DO GABÃO

A seleção da Guiné-Bissau partiu para a CAN2017 com confiança.

Lusa, 10 Jan 2017 - A seleção da Guiné-Bissau partiu para o Gabão para participar pela primeira vez na Taça das Nações Africanas (CAN2017) de futebol e os jogadores mostram-se confiantes numa boa prova.

Em declarações antes de embarcarem, vários jogadores mostraram "confiança total" na prestação dos "djurtus", como foram os casos de Tony Brito e Silva, Leocísio Sami e Aldair Baldé.

Este último, jogador do Olhanense de Portugal e que pela primeira vez veste as cores da Guiné-Bissau, acredita que o país poderá surpreender na CAN do Gabão, por ser uma equipa desconhecida.

O primeiro-ministro despediu-se da seleção no aeroporto de Bissau e anunciou-lhes que o chefe do Estado, José Mário Vaz, vai estar presente no jogo inaugural, no próximo sábado, diante do Gabão.

A Guiné-Bissau, única seleção lusófona a estar presente na CAN, integra o grupo A, juntamente com Gabão, Camarões e Burkina Faso.

O avião que transportou os "djurtus" levou a bordo 76 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, dirigentes federativos e jornalistas.

Um outro grupo de guineenses, entre dirigentes de clubes de futebol, convidados da federação, elementos do governo e a claque organizada, deverá seguir para o Gabão na quinta-feira.



Can 2017 A despedida dos Djurtus, por José Augusto Mendonça

Bissau, 10 Jan 17 (ANG) - Foi a histeria total. Uma loucura que, por momento, invadiu a multiforme multidão, maioritariamente constituída por jovens e adolescentes, mas também de adultos de diferentes idades, que foi-se despedir no “Osvaldo Vieira” dos "Goldens Boys", como alguém, acertadamente, apelidou a selecção nacional de futebol da Guiné-Bissau que apurou para a fase final da Taca Africana das Nações (CAN 2017) no Gabão.

A polícia, ou seja, elementos da Guarda Nacional, tiveram muita dificuldade em conter a turba humana que, a todo o custo, pretendia, mesmo que por brevíssimos segundos, tocar ou autofotografar-se com qualquer dos 23 convocados ou elementos da equipa técnica.

Um adolescente, que por força de emoção teve um colapso e foi prontamente socorrido pelas autoridades policiais que fizeram questão de o encaminhar ao hospital.

Foi um momento histórico único que, quiçá, nunca voltara a repetir-se na vida de muitos dos que, com corações flameados de alegria, foram desejar boa sorte a caravana desportiva de "todos nos", na sua extraordinária e inusitada caminha ao CAN2017, que decorre de 14 de Janeiro a 05 de Fevereiro do ano em curso.

Verteu-se muitas lágrimas de alegria nas caras de alguns presentes, vozes se enrouqueceram de tanto proclamar os feitos históricos desta geração de futebolistas, dos quais se destacam Zezinho, Bucundji Ca, Jonas e Frederic Mendy, Idy Computador, entre outros, cujos feitos, citando o historiador e analista político, Fernando Delfim da Silva, "levaram o nome da Guiné-Bissau o mais longe possível, do depois dos "rapazes da China", Nino Vieira, Domingos Ramos, Osvaldo Vieira e companhia, os quais lideraram a luta e que culminou na ascensão a da Guiné-Bissau a independência.

Deu muito trabalho consolar uma alta dirigente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), cujo nome omitimos aqui por consideração, que chorou copiosamente, igualmente tocado pela emoção diante da “guinendade” que se patenteou perante aqueles que fizeram com que o hino nacional venha a ser entoado no Gabão.

Calmo, sereno e manifestando sempre a humildade que o caracteriza, o "mister" Cande prometeu tudo fazer para dignificar o nome do pais neste certame do futebol continental, porquanto revelou a sua confiança nos "Rapazes de Ouro".

Enfim, foi um bálsamo, aquele fim da tarde do inolvidável 9 de Janeiro de 2017, dia da partida da selecção nacional rumo a Libreville. Ninguém se lembrou das notícias e feitos ruins vindos de políticos e "politiqueiros" que polvilham na nossa sociedade e que teimam na sua saga destruidora do património que nos une a todos enquanto nação: O nosso respeito e a nossa identidade de povo heróico e acolhedor.

Obrigado "Goldens Boys", que Deus vos abençoe e vos acompanhe nesta saga. Obrigado ainda por proporcionarem ao meu povo, aquela gente que me ensinaram a amar e que tanto adoro, um nesga de alegria e felicidade perante tamanha verga a que se encontra sujeitado pelos políticos.

José Augusto Mendonça, enviado especial da ANG