Dakar - Dezenas de pessoas reunidas na Praça de Obelisque, em Dakar, apelaram, sábado, aos dirigentes africanos da Zona do Franco para romper com o franco CFA, numa iniciativa da ONG Urgences Panafricanistes (URPANAF).
Numa declaração, os organizadores convidam os Presidentes dos 14 países que partilham o franco CFA na África Ocidental e Central a pôr termo ao uso desta moeda, que, segundo eles, é um vestígio da colonização francesa.
Estes militantes panafricanistas indicaram que a mobilização visa suscitar o debate para encontrar os meios de sair "desta servidão monetária".
Para os manifestantes, "o tempo chegou de criar soluções alternativas para um desenvolvimento económico que corresponda realmente às necessidades das populações".
Lembraram que o franco CFA, hoje Franco da Comunidade Financeira Africana (CFA), na zona oeste-africana, e o franco da Cooperação Financeira Africana (CFA), na África Central, denominava-se o Franco das Colónias Francesas de África, à sua criação em 1945.
Para Kémi Séba, cronista e escritor panafricanista, "o CFA é um dos últimos vestígios do neo-colonialismo e um dos maiores vestígios deste neo-colonialismo" pelo apela para que África se livre o mais rápido desta moeda.
A escritora e editora Hulo Guilabert considera que não se deve recear o pós-CFA, lembrando que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem em projecto uma moeda sub-regional.
Na falta de tal moeda sub-regional, sugeriu, o Senegal pode ter a sua própria moeda. "Se um pequeno país como Cabo Verde é capaz de ter uma moeda própria, porque não nós?’’, interrogou-se.
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