sexta-feira, 1 de setembro de 2017

CABO-VERDE: CERCA DE 30 A 35 TONELADAS DE DROGAS PASSAM PELA NOSSA REGIÃO

Cabo-Verde, sempre foi a placa giratória da droga, por isso, não é de admirar que a PJ em colaboração com suas congéneres tenha apreendido mais de uma tonelada e meia de droga num iate em Mindelo, S. Vicente, ou seja, não se trata de uma surpresa, mas sim de uma  realidade que muitos desconhecem, a face   oculta ou ocultada de Cabo-Verde. Se essa quantidade da droga fosse apreendida na Guiné-Bissau os órgãos de desinformação e detratores do nosso país, entre os quais, A RDP África, RTP África e demais órgãos de desinformação da lusofonia faziam a campanha de intoxicação até exaustão, mas como foi em Cabo-Verde, "nôba untadu citi" a apreensão dessa quantidade passou-se despercebida. Guiné-Bissau i lubu ku kema kosta.

A apreensão de 1150 quilos de cocaína num iate na Marina do Mindelo representa “ uma gota no oceano de drogas” que circulam na nossa zona económica exclusiva, Em 2015 o representante Escritório das Nações Unidas de Combate à Droga e ao Crime (ONUDC) para a África Ocidental, Pierre Lapaque, revelou que em média 30 a 35 toneladas de droga passam pela região com destino a Europa.

Na altura o representante da ONUDC sublinha que a ideia é trabalhar com o governo para ver a possibilidade de cooperação, melhorar colaboração e dar todo o apoio possível ao país. Isto porque uma das limitações é a falta de meios humanos e técnicos para o combate ao narcotráfico. “É possível fortalecer as Forças Armadas, a Polícia Judiciária (PJ) e todos os serviços de informações do país para que possam ter um melhor conhecimento dos problemas  serem mais cativos e proactivos nesta guerra contra o crime organizado”.

Mas desde essa altura não se conhecem medidas concretas para superar a falta de meios humanos e técnicos para o combate ao narcotráfico. E certo que durante as apreensões a PJ tem contado como o apoio das suas congéneres internacionais que normalmente fazem todo o “trabalho de casa “ e deixam para a nossa policia apenas apreensão. Sem essa intervenção PJ não tem como saber que a droga vai chegar ao país e não tem meios para fiscalizar as embarcações que entram no Porto Grande. Também não tem meios, entre os quais a escuta telefónica, para monitorizar os suspeitos que se encontram no país. Esta falta de meios tem levado os advogados de defesa, nos casos de grandes apreensões como Perla Negra ou Lancha Voadora, a desfazer em Tribunal as investigações da PJ que são baseadas mais em suposições, evidências do que em provas com base em elementos científicos por falta de meios para fazer a investigação. Um ex-inspetor da PJ alerta “ repare na dificuldade de provar a existência de uma associação criminosa nos casos da Perla Negra ou Lancha Voadora se não é possível apresentar uma gravação das conversas tidas entre essas pessoas. No máximo podemos provar que foram feitas chamadas entre os números que estavam registados em seus nomes “ E por isso considera a nossa fonte “ que é preciso sair da conversa e dotar a PJ desses meios que todos falam, mas ninguém faz nada”

Fonte: NN