terça-feira, 12 de setembro de 2017

PAICV ENVOLVIDO NUM ESQUEMA FRAUDULENTO DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS ELEITORAIS

Banditismo ao mais alto nível, ainda estamos a analisar as ligações do PAIGCWOOD(ALA DSP) com esses mafiosos.
 
O PAICV, maior partido da oposição em Cabo Verde, e que governou o arquipélago de 2001 a 2016, está envolvido num esquema fraudulento de financiamento de campanhas eleitorais, de acordo com uma reportagem da revista portuguesa Visão, que abrange outros partidos em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa.

Esta Terça-feira, abordada pelos jornalistas, na cidade da Praia, a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, demarcou-se da reportagem e afirmou que todas as contas do partido relacionadas com as campanhas eleitorais já foram apresentadas e julgadas.
 
Na sua penúltima edição, a revista portuguesa Visão diz ter descoberto um mega-esquema de financiamento eleitoral do PSD de Portugal através da agência de comunicação Webrand, e que também tem como clientes, o PAICV e a candidatura presidencial de Manuel Inocêncio, em 2011.
 
A revista escreve que investigou durante três anos a empresa de publicidade e o seu envolvimento com partidos políticos e tráfico de influência, e descobriu um esquema de financiamento de campanhas eleitorais e dos concursos públicos viciados, com recurso a tráfico de influências políticas, empresas de fachada, negócios simulados e facturação falsa, entre outras ilegalidades. Entre milhares de documentos, o PAICV surge como um dos clientes.

Fonte: RFI
 
Escreve a Visão, aquela agência de publicidade confiou ao engenheiro cabo-verdiano João Luis Wanhnon Morais, dono de uma empresa de import-export em Portugal (a MXW), parte dos negócios em África. João Morais é referido na reportagem como amigo pessoal de várias personalidades politicas como Lopo Nascimento, do MPLA, ou Adão Rocha, antigo ministro da Energia e ex-conselheiro de José Maria Neves, no anterior Governo., e de Manuel Inocêncio Sousa, ex-ministro das Infra-estruturas e ex-vicee presodente do PAICV.
 
A publicação portuguesa, citando vários documentos, diz que o negócio com a candidatura de Manuel Inocêncio Sousa para as presidenciais de 2011, “que era suspeito de usar uma empresa da qual fora sócio para executar obras públicas por ele decididas”, foi dos mais chorudos para a Webrand. “A facturação oficial da campanha à Webrand terá ultrapassado os 68 mil euros, mas os dados da Visão apontam para verbas superiores. Em 2013 a candidatura ainda devia à agência mais de 34 mil euros”, realça a revista.
 
“Eduardo Monteiro (ex-secretário geral e director de campanha de Manuel Inocêncio) e Zenaida Leite (ex-administradora dos Correios e ex-presidente da Escola de Negócios e Governação) foram outras ligações ao PAICV e à candidatura de Inocêncio. Na cidade da Praia, a agência tinha também o seu agente: Adalberto Costa, vulgo Minito. Por 700 euros por mês, franqueava a entrada em ministérios e organismos públicos. Com a TACV, a Webrand terá contratualizado serviços de quase 30 mil euros, embora o valor não tenha sido liquidado na totalidade. Em 2013, último balancete conhecido, a conta do PAICV na agência atingia os 36 mil euros, quatro mil dos quais por pagar”, aponta a revista.
 
“Em Portugal, João Morais foi gerindo os contactos com os responsáveis da conta da candidatura de Inocêncio na Caixa Geral de Depósitos: Joaquim Neves (primeiro secretário do sector do PAICV em Lisboa) e José Manuel Inocêncio (irmão do candidato). O ‘consultor’ enviava material de campanha para a Europa via Mário matos, ex-ministro e ex-secretário geral do PAICV, e Antão Lopes Freitas, figura da diáspora cabo-verdiana no Luxemburgo. Para não levantar suspeitas, João Morais chegou a recolher, numa pastelaria na Avenida Cidade de Luanda, em Lisboa, onde ficava seu escritório, quatro volumes, de 25 quilos cada, contendo cartazes de Manuel Inocêncio”, denuncia a revista Visão.
 
A publicação diz que entre 2008 e 2011, a Webrand, da empresária Cristina Ferreira, foi uma das agências de confiança do PSD. Depois de anos de chorudos negócios com campanhas eleitorais do PSD e ajustes directos ganhos pelo seu universo empresarial em municípios onde ajudou a eleger os respetivos autarcas, a empresa está a tentar evitar a insolvência através de um Plano Especial de Revitalização (PER) que mereceu, entre outros, o voto favorável do credor Finanças.
 
As referências ao PAICV e outros partidos dos PALOP, como o MLSTP de São Tomé e Príncipe, revelam até onde esse polvo chegava e como ajudou os partidos a se financiarem através de facturas falsas, de empresas de fachada, tráficos de influência politica e outras ilegalidades. Fonte: https://santiagomagazine.cv
 
Grande investigação: os esquemas das ca
mpanhas políticas sujas
 
Desvio de dinheiros, operações simuladas e concursos públicos viciados, financiamentos ilícitos de campanhas, com faturação de despesas a empresas de fachada para iludir o Tribunal Constitucional, o rol revelado na edição desta semana da VISÃO é extenso. Durante anos, um grupo de empresas, algumas de fachada, tirando partido de influências políticas, sobretudo junto de autarcas e dirigentes do PSD Marco António Costa, Luis Filipe Menezes, Agostinho Branquinho, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro –, viciou contratos públicos, ludibriou o Estado, fintou a Justiça e terá ocultado financiamentos proibidos para campanhas eleitorais. Numa grande investigação, que culminou num extenso dossiê de 21 páginas assinado por Miguel Carvalho, a VISÃO revela indícios de tráfico de influências e corrupção destapados com o fim da agência Webrand.
 
Com detalhe minucioso, o grande repórter explica o que está em causa, os esquemas e as técnicas utilizadas para desviar dinheiro dos contribuintes para bolsos privados. Elucidativa é a entrevista ao testa de ferro assumido da Webrand, Carlos Fonseca, que abre o jogo em on. Ora espreite aqui e assombre-se com o que ele classifica de “prática normal”.

A vez dos Lourenço

João e Ana Lourenço são o novo casal presidencial em Angola. Ela já foi ministra, ele ainda é. Conseguirá a dupla romper com as teias de poder da família Dos Santos? Cesaltina Pinto traça-lhes o perfil e desfia os enormes desafios que se colocam ao país. A começar pelo fim do nepotismo e da cleptocracia.

Geração Diana

Uma história de reis e princesas, com direito a ribalta, tragédia e lágrimas. Faz 20 anos da morte da Princesa do Povo, e a VISÃO foi perceber qual o impacto que ela teve no nosso país. A verdade é que a sua popularidade se traduziu numa geração de Dianas. Até aos anos 80, o nome quase não existia por cá, no final dessa década, já estava no Top 10. Falámos com várias, das que sonharam com coroas e príncipes encantados às que viram no nome um fardo.

Sem casa, sem compromissos e… sem-carro

Já temos a partilha de bicicletas e de motos e agora chegou em força a partilha de carros. A Brisa vai lançar em Lisboa o Drivenow, um dos maiores serviços europeus de carsharing , uma tendência que se está a expandir por toda a Europa, muito também graças à proibição de motores tradicionais nos centros das cidades. O serviço será lançado no dia 12 de setembro e a empresa contará com uma frota de 211 veículos. Vale a pena ler o trabalho de Paulo C. Santos, fazer as contas e ver se lhe compensa: o custo por minuto varia entre os 29 e os 34 cêntimos.

A felicidade segundo Joaquim Leitão

Com um filme a chegar às salas, “Índice Médio de Felicidade”, e outro em produção, “O Fim da Inocência”, o realizador fala sobre conquistas, desafios e inquietações. Um ex-otimista com as coisas do mundo, numa bela entrevista conduzida por Pedro Dias de Almeida.

Da falta de coragem

Imperdível, como sempre, nesta edição é a crónica de António Lobo Antunes. A quarta e última de uma série especial sobre lembranças de África. Fala da condição humana e da coragem, ou da falta dela, e começa assim: “O senhor Reizinho foi o militar mais medroso que encontrei na vida. Alto, magro, tudo nas suas feições e no seu corpo era circunflexo”.

Ler faz (tão) bem

Em tempos circunflexos, vale sempre a pena voltar aos clássicos. E um obrigatório em qualquer estante (ou melhor, em qualquer cabeça, depois de lido), é A Morte de Ivan Ilitch, de Tolstoi, que a VISÃO oferece na próxima semana. Nesta, contamos a história, explicamos a importância da obra e aguçamos o apetite, para que o mande já reservar na sua banca. Veja o que diz Lobo Antunes sobre o nono volume da colecção Ler Faz Bem, oferecida com a revista: “O livro é o retrato implacável da nossa condição. Tudo o que somos se acha em poucas páginas, escrito de uma forma magistral. Li-as, maravilhado, umas vinte ou trinta vezes, continuarei a lê-las, maravilhado, até ao fim dos meus dias”.

Isto não é o que parece

Muito mais há para ler numa edição recheada de bom jornalismo, histórias, entrevistas e opinião que merece ser lida, mas a newsletter já vai longa. Só não posso terminar sem as propostas habituais da VISÃO Se7e, onde encontra, como habitualmente, dezenas de sugestões para os seus tempos livres. Desta vez, escolhemos os 12 cocktails mais extravagantes de Lisboa e do Porto. Um deles é o Orgia – sim, o nome é atrevido, ou não fosse da autoria do chefe de bar da Pensão Amor. Confira a receita e os ingredientes para o sucesso (dizem eles). Eu só posso dizer que mete dois tipos de rum e é servido num bule e em chávenas de porcelana.

Olhar para a frente… com visão

Permita-me finalizar com uma mensagem muito cá de casa. Vieram a público as notícias da intenção do atual proprietário da VISÃO, a Impresa Publishing, de alterar a sua estratégia editorial e, de acordo com o que foi comunicado, equacionar o desinvestimento no mercado de revistas. Não nos cabe a nós, direção, questionar a validade ou oportunidade dessa opção.
 
Cabe-nos sim assegurar que vamos honrar o compromisso de confiança que temos com o leitor: informar com rigor, respeitar os princípios deontológicos do jornalismo, afrontar com coragem e independência todos os poderes, nunca vacilar perante a verdade dos factos e o respeito pelas regras do contraditório, olhar o mundo sem preconceitos. Com bons números para mostrar: estamos financeiramente mais fortes e crescemos em banca, aumentando ainda mais a distância que nos separa da concorrência mais direta, como confirmam os dados divulgados hoje pela APCT. Ter VISÃO, acreditamos nós e sabemos que não estamos sozinhos, é imprescindível.
 
Fonte: Visão