O Presidente da República, José Mário Vaz, questionou hoje, 11 de setembro 2017, os subscritores do ‘Acordo de Conakry’ sobre o que teriam feito durante estes três meses para a implementação do referido acordo. O Chefe de Estado revela que terá encaminhado há 30 dias a proposta de saída da crise política e parlamentar aos principais signatários do acordo rubricado em outubro de 2016.
José Mário Vaz que falava à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, antes da sua partida para Congo-Brazzaville, onde vai reunir-se com o seu homólogo Denis Sassou Nguesso para analisar vários assuntos entre os quais, a situação política vigente do país.
Para o Chefe de Estado guineense, não vale a pena os guineenses estarem no estrangeiro a mandarem recados para o país ou ainda os daqui enviarem recados para a comunidade internacional, pois, disse, compete aos próprios guineenses resolverem os seus problemas.
“As mulheres [mediadoras] levaram 60 dias para concluir o relatório da mediação, depois me entregaram o mesmo documento que foi encaminhado a todos os protagonistas do ‘Acordo de Conakry’. E como é do vosso conhecimento, eu não sou assinante do acordo, deixei os três nomes como potenciais candidatos a Primeiro-ministro. Após a entrega do relatório, tentei organizar uma reunião com as partes que devia culminar com Conselho de Estado, mas todos eles [signatários] estavam no estrangeiro. Quero perguntar agora, o que é que as pessoas ou subscritores do ‘Acordo de Conakry’ fizeram para a sua implementação”, questionou o Presidente da República.
Avançou neste particular que “temos que começar a chamar as coisas pelo nome, estes signatários têm que fazer alguma coisa, para o cumprimento do documento assinado em Conakry”.
O Chefe de Estado disse que é chegada a hora de os guineenses conversarem para poderem chegar a uma solução.
“Não é normal que as pessoas que ontem comeram no mesmo “prato” beberam no mesmo copo estejam divididas hoje”, afirmou.
Vaz adiantou que “só conversando com camaradas, irmãos e colegas, mostrando que o que nos une é superior do que nos divide, pelo que não vale a pena sacudir água e tentar culpabilizar ‘A e B’, mas sim é fazer exame de consciência e perguntar a nós mesmos. Eu subscrevi o ‘Acordo de Conakry’ e o que fiz para sua implementação efectiva”.
“Eu hoje se deixar de ser presidente da Guiné-Bissau e se um dia alguém recordar de mim, vai dizer que durante a Presidência do Jomav, os militares acantonaram nos quartéis, respeitaram o poder civil, ninguém foi morto e espancado. Enquanto Jomav Presidente, havia liberdade de imprensa, de expressão e de manifestação, portanto tenho muita coisa para partilhar com o meu homólogo Congolês nessa minha viagem, caso me questionar sobre a situação do país” informou.
Garantiu por um lado que depois do seu regresso ao país, agendará uma reunião com assinantes do acordo para saber politicamente o que tentaram fazer durante 30 dias, após terem recebido o relatório da mediação do Grupo de Mulheres mediadoras.
Contudo, lamentou por outro lado, que alguns dirigentes políticos guineenses foram para estrangeiro a denigrir a sua imagem e a da Guiné-Bissau, esquecendo, no entanto, que também são guineenses.
Questionado sobre a sua deslocação à reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima semana, José Mário Vaz, explicou que após o regresso do Congo-Brazzaville, irá concertar-se com governo para depois decidir se vai ou não tomar parte na Assembleia Geral da ONU.
Por: Aguinaldo Ampa